Papa Francisco
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Papa Francisco

papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (11) que a migração "acompanhou e pode apoiar" o caminho ecumênico "nos diferentes países europeus" e fez um apelo para a integração dos migrantes na sociedade.

A declaração foi dada durante encontro do Pontífice com os participantes do congresso "Os italianos na Europa e a missão cristã", promovido pela Fundação Migrantes da Conferência Episcopal Italiana, na Sala Clementina, no Vaticano.
Em seu discurso, Francisco fez três reflexões, sendo a primeira sobre a migração e mobilidade das pessoas.

"Muitas vezes vemos os migrantes apenas como 'outros', como estranhos.Na realidade, lendo os dados sobre o fenômeno, descobrimos que os migrantes são uma parte significativa de 'nós', como vemos no caso dos migrantes italianos, de pessoas próximas a nós: nossas famílias, nossos jovens estudantes, graduados, desempregados, empresários", disse.


Nesse sentido, o argentino ressalta que "a migração italiana revela uma 'Itália filha', a caminho da Europa, sobretudo, do mundo. Uma realidade da qual me sinto especialmente próxima, já que minha família emigrou para a Argentina".
A segunda reflexão do Papa se refere à Europa e enfatiza que "a imigração italiana no continente europeu deve nos tornar cada vez mais conscientes de que a Europa é uma casa comum".

Além disso, afirmou que "a Igreja na Europa também não pode esquecer os milhões de emigrantes italianos e estrangeiros que renovam o rosto das cidades, dos países"."E, ao mesmo tempo, alimentam o sonho de uma Europa unida, capaz de reconhecer raízes comuns e usufruir da diversidade que a habita", disse o Papa.

A terceira reflexão do Santo Padre refere-se ao testemunho de fé da comunidade migrante italiana nos países europeus. "Graças à sua religiosidade popular profundamente enraizada, comunicaram a alegria do Evangelho, tornaram visível a beleza de ser uma comunidade aberta e acolhedora, partilharam os caminhos das comunidades cristãs locais", acrescentou.

De acordo com o líder da Igreja Católica, "a história da migração italiana se caracterizou por um estilo de comunhão e missão", e ele espera "que também possa desenhar o seu futuro".

"É um lindo fio que nos liga à memória de nossas famílias".

"Como não pensar nos nossos avós imigrantes e na sua capacidade de geração também no campo da vida cristã?" questionou ele. "É uma herança que devemos guardar e cuidar, encontrando os caminhos que nos permitem revitalizar o anúncio e o testemunho de fé. E isso depende muito do diálogo entre as gerações, principalmente entre avós e netos".

Por fim, Jorge Bergoglio citou as quatro fases da relação com a migração: "acolher, acompanhar, promover e integrar são as quatro etapas", e insistiu que, "se não conseguirmos a integração, podem ocorrer sérios problemas".
Francisco explicou que os migrantes se forem integrados podem ajudar a "respirar o ar de uma diversidade que regenera a unidade", alimentar o rosto da catolicidade e "dar testemunho da apostolicidade da Igreja", bem como "gerar histórias de santidade".

"As migrações acompanharam e podem apoiar, através do encontro, da relação e da amizade, o caminho ecumênico nos diferentes países europeus, onde os fiéis pertencem principalmente às comunidades reformadas ou ortodoxas", afirmou.

Segundo o religioso, a migração "pode ser uma bênção para a Europa", e a Igreja neste continente não pode deixar de "considerar os milhões de emigrantes da Itália e de outros países" que estão a renovar o rosto das cidades, dos países, a alimentar "o sonho de uma Europa unida, capaz de reconhecer raízes comuns e alegrar-se com a diversidade que a habita", como escreveu na Encíclica 'Fratelli Tutti'.

"É um belo mosaico, que não deve ser desfigurado ou corrompido por preconceitos ou ódio velados de respeitabilidade. A Europa é chamada a revitalizar no mundo de hoje a sua vocação para a solidariedade na subsidiariedade", finalizou.

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