Um forte terremoto de magnitude 7,1 na escala Richter foi registrado no centro do México na noite da última terça-feira (07), deixando ao menos um morto e 1,6 milhão de pessoas sem luz. O epicentro foi a 14 km do balneário de Acapulco, no Sudeste mexicano, segundo o Centro Sismológico Nacional do país.
A vítima, segundo o governador do estado de Guerrero, Héctor Astudillo, morreu devido à queda de um poste de energia na cidade de Coyuca de Benítez. Cerca de uma hora após o terremoto, que durou cerca de um minuto e foi registrado às 20h47 (22h47, hora do Brasil), o presidente Andrés Manuel López Obrador disse em suas redes sociais que “felizmente, não há danos graves”.
Segundo autoridades locais, foram registrados posteriormente ao menos 92 tremores secundários, de intensidade menor. O terremoto inicial teve uma profundidade de aproximadamente 20 km, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos, o que faz com que seja relativamente raso — que, geralmente, tendem a ser sentidos com maior intensidade.
Cerca de quatro horas após o incidente, a Comissão Federal de Eletricidade, informou que o fornecimento de energia estava gradualmente voltando ao normal no país. Adela Román, prefeita de Acapulco, a cidade mais populosa do estado de Guerrero, com quase 1 milhão de habitantes, afirmou que muitas pessoas sofreram crises nervosas e comentou que houve a detecção de vazamentos de gás em zonas residenciais.
De acordo com o Departamento de Proteção Civil mexicano, foram ativados protocolos emergenciais em Guerrero, e hotéis e prédios foram evacuados. Nos estados de Querétaro, Veracruz, Tlaxcala e Puebla, as autoridades começam a apurar a condição estrutural dos prédios.
Na Cidade do México, também foram ativados protocolos de segurança. Apesar de interrupções no fornecimento de energia, os metrôs e ônibus não tiveram seus seus serviços interrompidos.
"Realizamos três sobrevoos e não encontramos dano nenhum. Acabo de conversar com o presidente e disso isso para ele. Sabemos que há muitos lugares sem energia elétrica, mas peço a todos muita tranquilidade", afirmou.
O tremor ocorreu no aniversário de quatro anos de um terremoto de magnitude 8,2 na escala Richter que causou centenas de mortes em Oaxaca. Doze dias depois, em 19 de setembro de 2017, um outro terremoto de 7,1 na escala Richter sacudiu a Cidade do México, matando mais de 350 pessoas.
Na internet, viralizaram imagens de pessoas deixando casas, prédios e indo para as ruas após os tremores. Também circulam imagens de transmissões ao vivo interrompidas pelo incidente.
"Nós estamos em choque", disse à Reuters Andrea del Valle, que estava sentada na calçada após sair correndo de uma sala de cinema. "Não houve alarmes de terremoto, então só sentimos quando ele já estava acontecendo."
Outro fenômeno que chamou a atenção de muitos mexicanos foram as luzes coloridas que clarearam o céu durante os tremores. Não há um consenso científico contundente sobre as causas do raro incidente, também visto no terremoto de 2017.
Algumas teorias afirmam que a atividade elétrica pode ser causada pela fricção entre rochas em movimento. Em uma entrevista à National Geographic, o pesquisador da Nasa, Friedemann Freund, afirmou que seria como se “ligássemos uma bateria no centro da terra” — a formação de algumas rochas como o basalto e o gabro, ele disse, permite que elas realizem pequenas descargas elétricas no ar.