O governo de Bourke Shire, na Austrália, fez a eutanásia de 15 cachorros, entre eles dez filhotes, para evitar a viagem de voluntários da cidade de Cobar que levariam os animais para um abrigo. A justificativa para a ação, segundo o governo local, foi a de que o deslocamento até o canil não poderia ocorrer já que o estado de Nova Gales do Sul está em bloqueio total devido ao aumento de casos de Covid-19 causados pela variante delta.
Em comunicado, o conselho da região informou também que os animais sacrificados estavam no canil desde o início de agosto, que o local estava superlotado e dois animais estavam atacando um ao outro. As autoridades justificaram ainda que já estavam há duas semanas em contato com voluntários que não puderam fazer a retirada dos cães.
"Tentando impedir as pessoas de outras comunidades de entrarem em Bourke, dado o nível de vulnerabilidade da comunidade e o fato de todas as regiões de Nova Gales do Sul estarem sob ordens de permanência em casa, foi tomada a decisão junto do conselho de sacrificar os cães", informou o governo local.
O caso gerou comoção na região e o Escritório de Governos Locais (OLG, na sigla em inglês) — que supervisiona os conselhos — confirmou que uma investigação sobre o caso está em andamento. Procurado pela emissora ABC News, o OLG disse em nota que foi "informado de que o conselho decidiu tomar esta ação para proteger seus funcionários e a comunidade, incluindo populações aborígenes vulneráveis, do risco de transmissão de Covid-19".
Conforme o jornal The Herald, apesar das duras restrições em todo o estado, o governo de Nova Gales do Sul determinou que abrigos de animais poderiam continuar operando se mantivessem protocolos seguros contra a Covid. Apesar dos casos em Bourke, a cidade de Cobar não teve nenhum registro de infecções por coronavírus durante o surto mais recente no país.