Das 34 províncias do Afeganistão, apenas o Vale do Panjshir não está sob domínio do grupo extremista Talibã
. O local montanhoso, situado a 120 km da capital Cabul, é de difícil acesso e nunca foi conquistado nem pelos soviéticos, nem pelo Talibã.
No vale estão três líderes da resistência à tomada de poder pelos extremistas: Ahmad Massoud, 32 anos, filho do comandante Massoud; Amrullah Saleh, vice-presidente do país e que, após a fuga de Ashraf Ghani, afirma ser o "legítimo presidente interino" do Afeganistão; e Bismillah Mohammadi, ministro da Defesa do governo deposto.
Saleh disse, na última terça-feira (17), que "em hipótese alguma se curvaria aos "terroristas do Talibã", e convocou afegãos para se juntarem "à resistência".
No jornal Washington Post, Massoud filho escreveu que "está pronto para seguir os passos do pai" e pediu ajuda em armas e munições para ir à guerra contra os extremistas.
"Escrevo do Vale do Panjshir hoje, pronto para seguir os passos de meu pai, com lutadores mujahidins que estão preparados para enfrentar mais uma vez o Talibã", disse.
"O Talibã não é um problema apenas para o povo afegão. Sob o controle do Talibã, o Afeganistão sem dúvidas se tornará o marco zero do terrosismo islâmico radical (...) Ataques contra as democracias serão tramadas aqui mais uma vez", escreveu o filho de Ahmad Shah Massoud, herói da resistência anti-soviética no Afeganistão.
O resistente disse, ainda, que se o Talibã permanecer no poder de forma duradoura, haverá grande fluxo de pessoas em direção a Panjshir. Segundo ele, a província está cercada pelos terroristas e pode ser alvo de bloqueios a fim de impedir o abastecimento do grupo
"O espaço aéreo está aberto, portanto, é possível que aviões de países vizinhos entreguem ajuda. continuamos com muita esperança, mas não podemos fazer isso sozinhos. Presisamos da ajuda e do apoio de outros países", pede Massoud.