Incêncio na pequena vila de Lytton, no Canadá, obrigou moradores a deixarem suas casas
Reprodução/redes sociais
Incêncio na pequena vila de Lytton, no Canadá, obrigou moradores a deixarem suas casas

Moradores de uma pequena vila no Canadá onde foram registradas  as mais altas temperaturas da história do país tiveram de abandonar suas casas em razão de um incêndio florestal que atingiu a região. As chamas que começaram a se espalhar na noite desta quarta-feira, 30, obrigaram residentes de Lytton, na província de Colúmbia Britânica, a deixar para trás inclusive seus pertences. Assista ao vídeo:


O prefeito Jan Polderman assinou uma ordem oficial de evacuação para que todos deixassem Lytton após o fogo se espalhar rapidamente pela comunidade de cerca de 250 pessoas. Ele pediu que os moradores se dirigissem à comunidade vizinha de Boston Bar. Um centro de recepção também foi instalado em Merritt, a leste, e outros residentes se abrigaram em Lillooet, ao norte.

"É terrível. A cidade inteira está em chamas", disse Polderman à CBC News. "Demorou cerca de 15 minutos desde o primeiro sinal de fumaça até, de repente, haver fogo por toda parte".

Um vídeo publicado pela ONG local 2 Rivers Remix Society mostra inúmeras estruturas em chamas, com a estrada tomada pela fumaça. Residentes de outras 87 propriedades ao norte de Lytton também foram obrigados a deixar suas casas, segundo a CBS News.

Uma histórica onda de calor atingiu o oeste do Canadá desde sexta-feira, com a Colúmbia Britânica registrando três vezes o número normal de mortes. No início desta semana, Lytton, a cerca de 260 quilômetros de Vancouver, registrou a temperatura mais alta já vista no país em três dias consecutivos, chegando a 49,6 C na terça-feira.

Dezenas de pessoas morreram repentinamente nos últimos dias na região de Vancouver em meio à onda de calor sem precedentes. No total, foram 233 avisos de mortes na província entre sexta-feira e segunda-feira, contra 130 de média em um período normal.

A polícia de Vancouver informou ainda que atendeu a pelo menos 134 chamados de morte súbita desde sexta-feira na região. As temperaturas têm diminuído nas áreas costeiras do Canadá, o que não se repete nas regiões do interior. A onda de calor que também afeta o oeste dos Estados Unidos.

Os serviços de medicina forense da província também informaram que registraram "um aumento importante do número de mortes" desde o fim de semana, o que foi provocado pelo calor extremo. Em comunicado oficial, a polícia federal canadense informou que acredita que o calor contribuiu para as mortes e acrescentou que a maioria das vítimas é de idosos.

O primeiro-ministro da província da Colúmbia Britânica, John Horgan, destacou em entrevista coletiva que "esta é a semana mais quente que os habitantes desta região já viveram".

"Isso traz consequências desastrosas para famílias e comunidades. A forma de passar por este momento excepcional é ficarmos juntos, verificar (o estado de saúde) das pessoas que sabemos que estão em risco e garantir que temos compressas frias na geladeira", disse.

Ventiladores em falta

Além da Colúmbia Britânica, também foram emitidos alertas para as províncias mais orientais de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, além de partes dos Territórios de Yukon e do Noroeste, no norte do Canadá.

Aparelhos de ar-condicionado e ventiladores estão em falta. As cidades abriram centros de resfriamento, cancelaram as campanhas de vacinação contra a Covid-19 e algumas escolas suspenderam as aulas.

A onda de calor também afetou cidades americanas ao sul de Vancouver no início desta semana, como Portland (Oregon) e Seattle (Washington), conhecidas por seu clima ameno e úmido, onde as temperaturas atingiram o máximo histórico desde o início dos registros, em 1940.

Na tarde desta segunda-feira o termômetro atingiu 46,1 graus Celsius no aeroporto de Portland e 41,6 no de Seattle, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS). A onda de calor que também provocou vários incêndios florestais em ambos os lados da fronteira EUA-Canadá, se deve a um fenômeno conhecido como "cúpula de calor", em que altas pressões prendem o ar quente na região.

"As ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas à medida que as concentrações de gases de efeito estufa aumentam as temperaturas globais. Elas começam mais cedo e terminam mais tarde, causando um impacto cada vez maior na saúde humana e nos sistemas de saúde", alertou nesta terça-feira a Organização Meteorológica Mundial, com sede em Genebra.

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