A China se manifestou nesta quinta-feira (17) sobre a reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden , e da Rússia, Vladimir Putin , ocorrida um dia antes na Suíça, e celebrou o consenso obtido entre os dois líderes para haver um diálogo sobre a estabilidade estratégica.
Segundo um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, as duas nações "têm uma responsabilidade mais alta no desarmamento atômico" e que Pequim "sempre pressionou que os Estados dotados de armas nucleares reduzam, conjuntamente, o risco de guerra nuclear e está disposta a ter diálogos bilaterais ou no âmbito do P5". O P5 é o grupo dos cinco países com mais ogivas nucleares no mundo.
Já os jornais locais russos se dividiram entre matérias otimistas e pessimistas sobre o encontro. A publicação especializada em economia "Vedomosti" afirmou em editorial que o encontro foi uma "guerra sem vitoriosos", focando no compromisso de que não haverá uma guerra nuclear e o início de um diálogo sobre a segurança nacional.
O "Neza Visimaia Gazeta", por sua vez, destacou que "as conversas dificilmente levarão a uma distensão das relações bilaterais", mas considera que o encontro, após anos de ataques, pode ser visto como um primeiro passo positivo.
Sobre um possível novo encontro entre Biden e Putin , o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, destacou que "não há planos no momento".
"Nós avisamos desde o início que não era para ter expectativas excessivas para essa reunião. Mas, agora podemos dizer, com base na opinião do próprio presidente, que se pode dizer que teve alguma coisa positiva. Foi produtivo porque os dois líderes tiveram a oportunidade de apresentar diretamente as suas posições e de entender, mais ou menos claramente, onde a interação é possível e onde não é por causa de desacordos enormes", acrescentou Peskov.
A reunião realizada em Genebra nesta quarta-feira (16) foi a primeira entre os presidentes e ambos consideraram o encontro positivo, com algumas ressalvas.
As conversas duraram, ao todo, quatro horas e, conforme Putin, os dois líderes chegaram a passar "duas horas consecutivas" debatendo detalhadamente diversos assuntos de interesse.