Os Estados Unidos da América (EUA) espionaram líderes políticos europeus, inclusive a Chanceler Federal alemã, Angela Merkel
, de 2012 a 2014, com a ajuda de serviços de Inteligência da Dinamarca. A notícia foi dada no último domingo, 30, por vários veículos de comunicação dinamarqueses e de toda a Europa.
Segundo a TV pública dinamarquesa Danmarks Radio (DR), a Agência de Segurança Nacional (NSA) americana espionou altos funcionários da Alemanha, Suécia, Noruega e da França, tendo se conectado a cabos de telecomunicações dinamarqueses. Para tanto, a agência se aproveitou de uma cooperação de vigilância que tinha com os serviços de Inteligência militares do país (FE).
A DR foi a primeira a revelar a informação após uma investigação realizada em conjunto com as emissoras: SVT, da Suécia, NRK, da Noruega, NDR e WDR, da Alemanha, além dos jornais alemão Suddeutsche Zeitung e do francês Le Monde.
Entre os alvos da espionagem estão a Chanceler Federal da Alemanha, Angela Merkel, o então ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, e o então líder da oposição, Peer Steinbruck.
A NSA teria tido acesso a mensagens de texto, chamadas telefônicas e registros da online, incluindo pesquisas, chats e serviços de mensagem instantânea.
De acordo com a DR, a informação foi dada por nove fontes que tinham acesso à informações sigilosa da Dinamarca e que as revelações foram confirmadas por outras fontes independentemente. A espionagem teria ocorrido durante e depois do caso Snowden, em 2013. O serviço de Inteligência dinamarques, e o seu então diretor, Lars Findsen, não comentaram o caso.
A ministra dinamarquesa da Defesa, Trine Bramsen, teria sido informada sobre o caso em agosto de 2020, mas não se manifestou, após ser consultado pela agência de notícias France-Presse. Bramsen declarou apenas, à DR, que "a espionagem sistemática por parte de aliados é inaceitável".
Não foi demonstrado que a Dinamarca estivesse sabendo que os Estados Unidos estavam usando o sistema de vigilância do país para espionar políticos europeus.
Em novembro, a RD já havia divulgado que os Estados Unidos usaram cabos dinamarqueses para espionar indústrias de defesa do país de da Europa entre 2012 a 2015.
- Com informações de O Estado de S. Paulo.