As autoridades indonésias confirmaram neste sábado (24) que o submarino que desapareceu na costa de Bali com 53 pessoas a bordo na quarta-feira passada afundou, após a descoberta de destroços no mar.
"Com base nos elementos que encontramos e que vêm do KRI Nanggala, mudamos a situação do submarino de 'desaparecido' para 'afundado'", disse Yudo Margono, porta-voz da Marinha da Indonésia, em uma entrevista coletiva. A Marinha estimou que a tripulação tinha oxigênio para sobreviver 72 horas em caso de pane elétrica e esse prazo terminou esta manhã, tornando muito improvável que haja sobreviventes.
Além disso, foi detectada uma mancha de óleo na área onde o submarino naufragou, o que sugere que o tanque se rompeu, ou seja, que houve um problema técnico no aparelho. As autoridades militares anunciaram que o submarino, fabricado há 40 anos, poderia ter afundado a cerca de 700 metros, uma profundidade maior do que poderia suportar, de até 500 metros.
O KRI Nanggala 402 , fabricado na Alemanha, solicitou autorização para submergir na quarta-feira pela manhã durante manobras militares e desapareceu. Vários países, como Austrália, Malásia, Índia, Cingapura e EUA, responderam aos pedidos de assistência da Indonésia enviando navios ou aeronaves especializadas para ajudar nas buscas.
"Agora caberá aos investigadores estabelecer a cronologia dos eventos e determinar a causa. Ao mesmo tempo, planos teriam sido feitos para avaliar a viabilidade de recuperar o submarino em tal profundidade extrema ", disse Collin Koh, pesquisador do Instituto de Defesa e Estudos Estratégicos de Cingapura. Ele afirmou ser tecnicamente possível fazer isso, mas acredita que a Indonésia precisará envolver ajuda estrangeira.
A Marinha da Indonésia disse que está investigando se o submarino perdeu potência durante o mergulho e não poderia realizar procedimentos de emergência enquanto descia a uma profundidade muito além de seus limites.
O contra-almirante aposentado da Marinha do país, Frans Wuwung, que anteriormente chefiava a sala de máquinas do submarino, disse ao canal de notícias MetroTV que acreditava que um apagão era provável e poderia ter causado pânico na tripulação. "Um blecaute significa que o equipamento da embarcação não pode ser movido", disse o almirante, e afirmou que havia experimentado um blecaute no mesmo submarino em 1985.