A defesa de Derek Chauvin, ex-policial acusado de asfixiar e matar George Floyd , sugeriu, repentinamente, que o joelho de Chauvin não estava no pescoço de Floyd , mas no ombro dele, no momento de sua morte. As informações são do jornal The New York Times .
O falecimento de Floyd foi, em parte, atribuído à compressão de seu pescoço. No entanto, de acordo com o jornal, diversos especialistas afirmaram que a posição poderia ser letal de qualquer maneira, com o joelho no pescoço ou no ombro da vítima. "Isso faz alguma diferença?" questionou Alon Steinberg, cardiologista que publicou uma revisão da literatura científica sobre mortes por contenção em propensão. "Não", respondeu ele. De acordo com Steinberg, diversos fatores, incluindo a restrição da respiração e do fluxo sanguíneo, contribuem para a morte por contenção, como teria sido a de Floyd.
Já a Dra. Judy Melinek, patologista forense que escreveu sobre o caso, disse que, "mesmo na ausência de pressão no pescoço, você está colocando pressão no sistema cardiovascular, especialmente se alguém está brigando ou lutando contra a contenção".
Segundo a publicação, a promotoria, aparentemente, defendeu um argumento semelhante. Dr. Martin Tobin, pneumologista especializado em mecânica e física da respiração, foi a primeira testemunha. Ele disse que Floyd teria morrido de "baixo nível de oxigênio", que causou danos cerebrais e arritmia, fazendo "seu coração parar". O médico afirmou que termos como hipóxia ou asfixia são "realmente outras palavras para um fenômeno que é um baixo nível de oxigênio".
Tobin explicou que a respiração de Floyd ficou restrita pela maneira que sua caixa torácica foi pressionada contra o chão e pela pressão do joelho esquerdo de Chauvin no pescoço da vítima e do direito nas costas. Segundo ele, o joelho esquerdo do ex-policial fica no pescoço de Floyd "mais de 90% das vezes", e o direito nas costas pelo menos 57% das vezes. O médico acrescentou que, no restante do ato, o vídeo disponível não forneceu uma boa visão da localização do joelho direito de Chauvin.
*Sob supervisão de Valeska Amorim