A junta militar que governa Mianmar desde que deu um golpe de Estado , em 1º de fevereiro, acusou a líder "de facto" do país, Aung San Suu Kyi, de corrupção por ter supostamente aceitado um pagamento ilegal de US$ 600 mil e mais de 11 quilos de ouro.
Segundo o porta-voz do Exército, Zaw Min Tun, "a comissão anticorrupção está investigando o caso". Essa é a quinta acusação que os militares fazem contra Suu Kyi , chamada de líder "de facto" porque não pode assumir a Presidência do país por ter filhos com um homem estrangeiro.
Nas anteriores, a Nobel da Paz de 1991 era acusada de três violações: da lei de comércio internacional por importar rádios de comunicação, da lei de comunicação e da lei de gestão de desastres ambientais por conta da pandemia de Covid-19, além de responder por incentivar os protestos pró-democracia de sua prisão domiciliar.
Suu Kyi, ao lado do presidente Win Myint , foi presa ainda em 1º de fevereiro sob alegação de fraude eleitoral por conta do pleito de 8 de dezembro. Naquele dia, os cidadãos deram uma vitória avassaladora para o partido dela, o Liga Nacional para a Democracia (NLD), que obteve mais de 70% dos votos.
No entanto, mesmo com a repressão dos golpistas, a população de Mianmar vai diariamente às ruas para protestar e exigir a retomada do processo democrático. Mais de 50 pessoas foram mortas pelos militares e policiais nas manifestações.