Por 55 votos a 45, o Senado dos Estados Unidos aprovou neste sábado (13) a convocação de testemunhas e a possibilidade de recolher novos documentos no processo de impeachment contra o ex-presidente Donald Trump.
A medida foi aprovada com todos os votos democratas e mais cinco de republicanos, incluindo uma das principais aliadas do ex-mandatário Lindsey Graham, além de Susan Collins, Lisa Murkowski, Mitt Romney e Ben Sasse. Todos os cinco já haviam votado a favor da constitucionalidade do processo.
Pouco antes da votação, um dos advogados de defesa de Trump, Michael van der Veen, chegou a ameaçar os senadores dizendo que se eles aprovassem a convocação, ele "chamaria mais de 100 testemunhas" e que todas iriam ser feitas em seu escritório na Filadélfia. A fala arrancou risadas dos senadores, apesar de Van der Veen não rir e dizer que isso era sério, porque os depoimentos só podem ser realizados no prédio federal.
Após o resultado, a audiência foi interrompida e os partidos buscam esclarecer se podem convocar outras testemunhas além das citadas durante as defesas. Isso pode atrasar a votação final sobre se o ex-mandatário será condenado ou não.
A princípio, por conta dos defensores de Trump usarem menos de quatro das 16 horas disponíveis para se defenderem, a crença era de que a votação seria realizada ainda neste sábado, no mais tardar neste domingo (14).
A acusação quer convocar alguns políticos, incluindo Graham, para comprovar que o então presidente simpatizava com a invasão ao Capitólio e que não tomou nenhuma medida para parar com o ataque. Graham, por exemplo, informou que estava no telefone com Trump enquanto ainda tentava fugir do plenário antes dos apoiadores do republicano entrarem.
Apesar da manobra dos democratas, ainda é improvável que Trump sofra o impeachment por incitação à insurreição. Isso porque a maior parte dos republicanos ainda permanece favorável aos seu ex-presidente.