Itália restringe deslocamentos no Natal e Ano Novo para frear Covid-19
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Itália restringe deslocamentos no Natal e Ano Novo para frear Covid-19

Apesar da desaceleração da curva de contágio nas últimas semanas, o governo da Itália estendeu as medidas restritivas contra a pandemia do novo coronavírus para evitar um repique dos casos nas festas de fim de ano.

O presidente Sergio Mattarella sancionou na noite desta quarta-feira (2) um decreto do gabinete do primeiro-ministro Giuseppe Conte que proíbe deslocamentos interregionais entre 21 de dezembro de 2020 e 6 de janeiro de 2021, a não ser por comprovadas exigências de trabalho, situações de urgência ou motivos de saúde.

Além disso, deslocamentos intermunicipais, inclusive dentro da mesma região, serão proibidos nos dias 25 e 26 de dezembro e 1º de janeiro. Conte ainda deve editar nas próximas horas um decreto estendendo o toque de recolher noturno até 15 de janeiro, englobando o Natal e o Réveillon.

A medida está em vigor desde 5 de novembro e proíbe as pessoas de saírem de casa entre 22h e 5h do dia seguinte, a não ser por motivos de trabalho ou urgentes. De acordo com o texto do decreto visualizado pela ANSA, o toque de recolher ainda será ampliado até 7h da manhã em 1º de janeiro.

"De qualquer forma, é fortemente recomendado, pelo restante do dia, não se deslocar, com meios de transporte públicos ou privados, salvo por exigências de trabalho, de estudo, por motivos de saúde, por situações de necessidade ou para desenvolver atividades que não foram suspensas", diz o decreto.

A extensão do toque de recolher afetará a missa do galo, que comemora o nascimento de Jesus Cristo e é tradicionalmente celebrada à meia-noite de 24 a 25 de dezembro. A Conferência Episcopal Italiana (CEI) já garantiu que as missas de Natal respeitarão os horários do toque de recolher.

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Zonas de risco

O decreto em preparação pelo governo ainda mantém a escala de risco em três cores em vigor desde o início de novembro (amarelo, laranja e vermelho) e o fechamento de restaurantes e bares após as 18h - nas zonas vermelhas, esses estabelecimentos só podem funcionar por delivery ou para retirada.

Shoppings também continuarão fechados nos fins de semana e feriados, e estações de esqui serão reabertas somente em 7 de janeiro, assim como escolas de ensino médio, que ainda terão de manter o ensino a distância em 50% do conteúdo didático. Viagens de navios de cruzeiro serão suspensas de 21 de dezembro a 6 de janeiro.

Atualmente, quatro das 20 regiões italianas são consideradas zonas vermelhas, além da província autônoma de Bolzano: Abruzzo, Campânia, Toscana e Vale de Aosta. Nessas áreas, as regras vigentes são semelhantes às do lockdown do primeiro semestre, com proibição de sair de casa durante todo o dia, a não ser por motivos de trabalho ou urgência, e comércio não essencial fechado.

Outras nove regiões (Basilicata, Calábria, Emilia-Romagna, Friuli Veneza Giulia, Lombardia, Marcas, Piemonte, Puglia e Úmbria) são áreas laranja, cujas principais diferenças para as zonas vermelhas são a permissão de abertura para o comércio e a possibilidade de sair de casa livremente, mas sem atravessar os limites da própria cidade.

Já Lazio, Ligúria, Molise, Sardenha, Sicília e Vêneto, além da província autônoma de Trento (que compõe o Trentino-Alto Ádige com Bolzano), são áreas amarelas, onde estão em vigor apenas regras de âmbito nacional, como toque de recolher noturno e fechamento de museus e cinemas.

A Itália tem atualmente cerca de 1,64 milhão de casos e 57 mil mortes na pandemia, mas a "segunda onda" vem dando sinais de desaceleração por causa das medidas restritivas impostas em novembro.

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