O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, enviou um memorando para os procuradores federais autorizando a busca por "alegações substanciais" de irregularidades nas eleições
realizadas em 3 de novembro em todos os estados, informa a mídia norte-americana nesta terça-feira (9).
O documento ainda diz que as "afirmações ilusórias, especulativas, fantasiosas ou artificiais" devem ser ignoradas e que deve ser mantida uma postura "não partidária". No entanto, a medida foi considerada incomum, já que as investigações preliminares
da Procuradoria deveriam ocorrer apenas depois dos resultados nos estados serem certificados.
A decisão vem em um momento em que o atual presidente do país, Donald Trump, se recusa a aceitar a derrota nas urnas
para o democrata Joe Biden
. Para o mandatário, o resultado "é fraudado", mas até o momento, não há nenhuma prova de crimes que afetem a vitória dos democratas.
Por conta de toda a situação, o principal promotor do Departamento de Justiça que atua, especificamente, em questões eleitorais, Richard Pilger, informou aos colegas por e-mail que estava renunciando às suas funções por conta da publicação.
"Tendo me familiarizado com a nova política e as suas ramificações, eu preciso, lamentavelmente, renunciar ao meu cargo", disse Pilger.
O anúncio ocorre um dia depois da campanha de Trump
informar que abriu uma ação para contestar o resultado da eleição na Pensilvânia sob a acusação de que "o sistema de contagem por votos postais é menos rigoroso do que os votos dados pessoalmente". Para os assessores do republicano, isso seria um "duplo padrão" que "viola a Constituição".
No entanto, analistas políticos apontam que, mesmo que a questão chegue à Suprema Corte que, graças a última indicação de Trump ficou majoritariamente conservadora, o atual presidente não ganhe a eleição pela via judicial. Com o andar dos números, Biden deve obter 306 delegados - bem acima dos 270 necessários para ser eleito no Colégio Eleitoral.