A 14 dias das eleições, o ex-vice-presidente Joe Biden lidera as intenções de voto com uma margem de nove pontos percentuais para o presidente Donald Trump, segundo uma pesquisa realizada pelo New York Times e pelo Siena College. Os eleitores preferem o democrata ao republicano em praticamente todos os assuntos relevantes, incluindo políticas para fazer frente à pandemia.
Até mesmo no único assunto em que tinha uma vantagem consolidada, a economia, Trump se vê em apuros: hoje, metade dos eleitores prováveis — o voto nos Estados Unidos não é obrigatório — dizem preferir Biden . Quando o tópico é a resposta à Covid-19, o democrata tem uma margem de 12 pontos percentuais e, quando se fala da manutenção da lei e da ordem, sua vantagem é de seis pontos. No que diz respeito a quem é mais capacitado para unir o país, a margem do ex-vice-presidente chega a 20 pontos percentuais.
Hoje, 50% dos eleitores prováveis nos EUA preferem Biden e 41%, Trump. Os números referentes à economia e à lei e ordem são particularmente ruins para o presidente, que aposta suas fichas na retórica agressiva de que um governo democrata seria perigoso e ruim para as finanças do país.
É necessário cautela, no entanto, para avaliar pesquisas nacionais. A eleição nos EUA é indireta, decidida pelo Colégio Eleitoral, onde cada estado tem peso determinado no pleito. Segundo o agregador RealClearPolitics, Biden também lidera na maior parte dos estados-pêndulos, decisivos para a eleição .
Nos números nacionais, Trump tem desempenho particularmente ruim entre grupos cruciais: 53% dos eleitores brancos com ensino superior e 56% das mulheres afirmaram que têm uma impressão muito desfavorável do presidente. No geral, 48% dos entrevistados afirmaram ter uma opinião muito desfavorável sobre o atual mandatário.
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Entre aqueles que não se identificam como democratas ou republicanos , 53% afirmam ter opinião favorável de Biden, contra 43% do republicano. Entre a população não branca, como é esperado, a diferença é maciça: 66% preferem Biden e 22%, Trump.
Os homens brancos sem ensino superior continuam a ser a base eleitoral do presidente, que tem uma vantagem de 23 pontos percentuais entre o grupo — a margem, entretanto, é inferior a 2016, quando ficou 27 pontos à frente de Hillary Clinton. Entre as mulheres brancas, segmento fundamental para sua vitória em 2016, Biden hoje lidera com 52% contra 43%.
Parte da mudança de ponto de vista sobre a economia pode ser referente à demanda por novos programas de estímulo econômicos, algo a que Trump prometeu apoio, mas que não busca ativamente concretizar.
A pandemia de Covid-19 continua a ser um assunto importante para os entrevistados, com 51% afirmando crer que o pior ainda está por vir. Entre os idosos, grupo que se afasta cada vez do presidente, a preocupação é ainda maior. 59% dos entrevistados afirmaram ser a favor do uso obrigatório de máscaras — percentual que, entre as mulheres, chega a 70%.
Um ponto que pode trazer problema para Biden , no entanto, é a sua recusa em deixar claro se pretende ou não aumentar o número de assentos na Suprema Corte. Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados disseram que os democratas não devem expandir o número de juízes. Entre os independentes, o número chegou a 65%.