Uma cerimônia para apresentar 59 sarcófagos de 2,5 mil anos descobertos no sítio arqueológico de Saqqara, no Egito , viralizou nas redes sociais neste fim de semana por mostrar inúmeras pessoas ao redor das peças sem nenhum tipo de proteção.
O evento ocorreu no sábado (3) e a imagem que chamou mais a atenção foi na abertura de um dos sarcófagos por especialistas sem luvas e sem nenhum tipo de proteção específica . Ao redor deles, jornalistas e convidados - incluindo crianças - também sem nenhuma proteção e filmando as cenas com seus celulares.
A indignação foi por conta desse tipo de item poder conter gases tóxicos ou micro-organismos perigosos por conta da decomposição do corpo humano. Normalmente, esse tipo de abertura é feita em ambientes controlados, como laboratórios ou áreas específicas de museus ou universidades. Nas imagens, ainda é possível ver um dos homens que abriram o sarcófago tocar uma das múmias sem luvas.
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Além disso, muitos ironizaram o fato de fazer isso em pleno 2020, ano marcado por inúmeros fatos históricos, como a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A descoberta:
Os sarcófagos foram localizados em agosto em Saqqara, que fica ao sul do Cairo, em uma necrópole da antiga cidade de Mênfis, considerada um patrimônio mundial da Unesco.
O primeiro anúncio dava conta que haviam 13 sarcófagos no local, mas novos poços mostraram ainda mais itens, alguns a 12 metros de profundidade. Agora, o ministro do Turismo e das Antiguidades, Khaled al-Anani, informou que há um "número impreciso" de múmias na área explorada.
"Esse não é o fim da descoberta, mas considero que seja o início de uma grande descoberta", acrescentou al-Anani. Conforme as primeiras informações, os sarcófagos lacrados são dos séculos 6 ou 7 a.C.
De acordo com especialistas, tratam-se de sacerdotes , estadistas anciãos e figuras proeminentes da sociedade que foram enterrados próximos à pirâmide de Djoser. As faixas que envolvem as múmias também preservam hieróglifos e cores bastante vivas.
Após a abertura, os sarcófagos serão levadas para o Grande Museu do Egito, que deveria ter sido inaugurado neste ano, mas teve sua abertura adiada para o ano que vem.