O papa Francisco fez nesta terça-feira (1) um novo apelo em defesa do meio ambiente, afirmando que o aquecimeto global pode ser "catastrófico, especialmente para as comunidades pobres ao redor do mundo". A declaração está em uma mensagem do líder católico pelo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado pela Igreja no dia 1º de setembro.
Na segunda-feira (31), o líder católico já havia chamado atenção para a "dívida ecológica" gerada pela exploração dos recursos naturais, usando a metáfora de que a Humanidade está "espremendo os bens do planeta como se fosse uma laranja".
Francisco defende que as nações sigam o Acordo de Paris, selado em 2015, nos quais os países signatários se comprometem a limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
“Nossa demanda constante por crescimento e um ciclo infinito de produção e consumo estão exaurindo o mundo natural”, disse o papa. "As florestas são sugadas, a camada superficial do solo sofre erosão, os campos perdem vegetação, os desertos avançam, os mares se acidificam e as tempestades se intensificam. A criação está gemendo!"
Proteção dos indígenas
A mensagem desta terça também sublinha que é preciso proteger as comunidades indígenas das empresas. "Particularmente as multinacionais", escreve o pontífice, "que, com a extração perniciosa de combustíveis fósseis, minerais, madeira e produtos agroindustriais, fazem nos países menos desenvolvidos aquilo que não podem fazer nos países que lhes dão o capital".
De acordo com Francisco, isso representa "um novo tipo de colonialismo, que explora vergonhosamente comunidades e países mais pobres a braços com uma busca desesperada de desenvolvimento econômico"