Um estudo de um grupo de pesquisadores da Universidade Paris 13 e do Grupo Hospitalar Paris Sena Saint-Denis, na França , mostra que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) já circulava no país pelo menos um mês antes do que dizem as informações oficiais divulgadas pelas autoridades francesas.
Segundo essas informações, a epidemia de Covid-19 na França começou em janeiro de 2020. A pesquisa, no entanto, é baseada no caso de um paciente internado em dezembro de 2019 em terapia intensiva por hemoptise sem diagnóstico etiológico e para o qual o teste realizado após o óbito ter confirmado o diagnóstico de infecção pelo Sars-CoV-2.
Para chegar a essa resultado, os estudiosos tiveram acesso aos prontuários médicos de pacientes internados em UTIs admitidos entre 2 de dezembro de 2019 e 16 de janeiro de 2020 com testes que resultaram negativo na admissão.
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Com as amostras coletadas das vítimas em mãos, os pesquisadores selecionaram aquelas nas quais os pacientes tinham sintomas como febre maior que 38,5 graus, tosse, rinite, dor de garganta e mialgia. Outro critério utilizado foi a presença de opacidade em vidro fosco nos pulmões, característica comum de pacientes com Covid-19 na qual o raio-X dos órgãos fica com aparência de um borrão.
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A amostra positiva foi a de um homem de 42 anos natural Argélia que vivia na França por muitos anos e trabalhava como peixeiro. Ele provavelmente foi infectado por meio do filho, que transmitiu a Covid-19 antes de apresentar sintomas. O histórico médico da vítima tinha asma e diabetes tipo 2.
Ele se firigiu ao pronto-socorro em 27 de dezembro de 2019, com um quadro que evoluiu por quatro dias, sendo que ele recebeu alta no dia 29.
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Como conclusão, os pesquisadores indicam que são necessários mais estudos para avaliar o início real do Sars-CoV-2 em território francês com o objetivo de verificar a extensão real de contaminação na população durante o final de 2019 e janeiro de 2020. Para eles, é preciso explorar as possíveis mortes despercebidas que poderiam ter acontecido nesse período.
Por fim, eles ainda sugerem que muitos pacientes assintomáticos não foram diagnosticados em janeiro de 2020 e contribuíram para a disseminação dessa epidemia.