Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde e Universidade de Gante, na Bélgica, mostra que anticorpos de lhama poderiam ser utilizados combate ao novo coronavírus
(Sars-CoV-2).
De acorco com o professor de ciências moleculares Jason McLellan, um dos autores do estudo, este é um dos primeiros anticorpos que podem ser utilizados contra a Covid-19 .
Um comunicado da Universidade do Texas explica que os pesquisadores usaram dois anticorpos já existentes no organismo da lhama para criar um terceiro, que se liga a uma proteína-chave do Sars-CoV-2.
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Em um organismo sem defesa, essa proteína permitem que o vírus entre nas células saudáveis e inicie a contaminação. Com a ajuda a presença desse anticorpo, no entanto, essa ação é bloqueada.
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Embora o estudo seja promissor, antes de ser usado em humanos, o anticorpo precisa ser testado em animais. A expectativa é que, caso o uso seja aprovado, o tratamento seja mais rápido do que o realizado com uma vacina. "Isso seria importante para tratar alguém que já está doente, ajudando a reduzir a severidade da doença", diz McLellan.
Para desenvolver esse estudo, os estudiosos contaram com a colaboração de Winter, uma lhama de quatro anos que vive em uma fazenda no interior da Bélgica junto com aproximadamente outras 130 lhamas e alpacas.
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O mamífero já havia feito parte de outro experimento envolvendo coronavírus. Em 2016, durante as análises do Sars-CoV-1, tipo de vírus que provoca a Sars, e do Mers-CoV, que provoca a Mers, ele recebeu injeções de proteínas estabilizadas dos vírus durante cerca de seis semanas.
Após esse período, uma amostra de sangue revelou que Winter havia criado anticorpos bastante promissores contra o causador da Sars.