Policiais vão aos ruas impedir circulação de pessoas
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Policiais vão aos ruas impedir circulação de pessoas

 Enquanto o encarregado da Europa na Organização Mundial de Saúde (OMS) pedia as "medidas mais ousadas possíveis" para conter a pandemia do novo coronavírus, a França pôs nesta terça-feira 100 mil policiais na rua para implementar as medidas de confinamento, que começaram a vigorar nesta terça-feira (17) ao meio-dia (horário local, 9h no Brasil).

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Também está previsto que, a partir desta terça, as fronteiras da União Europeia (UE) e do Espaço Schengen, formado por 26 países em que a circulação de pessoas é livre, sejam fechadas. Todas as viagens entre países europeus serão suspensas por causa do coronavírus .

"Todos os países, sem exceção, devem tomar as medidas mais ousadas possíveis para interromper ou conter a ameaça do vírus. Cada país é diferente, por isso as respostas devem ser ajustadas às realidades nacionais", disse Hans Kluge, chefe da seção europeia da OMS .

Nesta terça-feira, o ministro do Interior da França anunciou que o governo mobilizará 100 mil policiais para garantir o bloqueio ordenado pelo presidente Emmanuel Macron um dia antes, com o objetivo de conter o surto de coronavírus. Além disso, postos de controle fixos serão instalados em todo o país. "Fique em casa", disse Christophe Castaner, acrescentando que multas de até 135 euros serão impostas a quem desrespeitar as restrições.

Após ter ordenado, na sexta-feira (13), o fechamento de escolas, universidades, creches, restaurantes, bares, cinemas e todo comércio não alimentar, exceto as farmácias, o líder francês havia anunciado que somente os deslocamentos estritamente necessários seriam permitidos, diante do agravamento da situação e da desobediência da quarentena por parte da população.

A Itália, que também tomou medidas drásticas de restrição e circulação após mais de 27 mil casos confirmados da doença e 2.158 mortes, anunciou nesta terça-feira que os italianos precisarão confirmar que não estão em quarentena obrigatória para sair às ruas. Com isso, terão que provar que não testaram positivo para o vírus e que não oferecem risco para a saúde pública.

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Além disso, a ministra de Infraestrutura e dos Transportes, Paola De Micheli, firmou um decreto com o ministério da Saúde que obriga o isolamento, por 14 dias seguidos, de pessoas que retornem para a Itália. A medida ficará em vigor até o dia 25 de março e será aplicada a todos os cidadãos que entrarem no país, em qualquer meio de transporte.

Na Espanha, onde os 47 milhões de habitantes do país estão sob uma interdição parcial desde a noite de sábado, mais de 1 mil soldados foram mobilizados em 14 cidades para ajudar a cumprir a ordem, orientando as pessoas a irem para casa a menos que tenham um bom motivo para estar na rua. Especialistas do Exército borrifaram desinfetante nas estações de trem.

"Se os espanhóis levarem as medidas a sério, começaremos a ver resultados em cerca de três a quatro dias", disse o coordenador de emergências de saúde, Fernando Simon, a jornalistas, anunciando que o total oficial de mortes causadas pelo coronavírus subiu para 297 na segunda-feira e que há 8.744 casos confirmados de infecção.

O país, que tem o quarto maior número de casos de coronavírus no mundo, atrás de China, Itália e Irã, registrou 1.987 novos infectados nas últimas 24 horas, o que eleva o balanço a 11.178, com 491 mortes e 1.098 pessoas curadas.

Em Israel, agentes de segurança interna (Shin Beth), normalmente focados em atividades antiterroristas, terão agora o poder de coletar dados de cidadãos para combater o coronavírus, que contaminou mais de 300 pessoas no país. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deu luz verde à proposta.

Determinado a usar todos os meios "na guerra contra um inimigo invisível", Netanyahu, que está tentando formar um novo governo após as últimas eleições no país, já havia proposto no sábado a coleta de dados dos cidadãos, o que levou alguns críticos a condenarem a medida por invasão de privacidade.

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A Grécia, por sua vez, ordenou o confinamento de todos os imigrantes em campos de refugiados para evitar a propagação do coronavírus , e suspendeu por 14 dias as visitas aos locais. Só será permitido o ingresso de funcionários e os solicitantes de asilo poderão sair apenas em casos de urgência. "A temperatura de todos aqueles que cheguem deverá ser verificada", acrescentou o comunicado do governo.

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