Grécia viveu forte crise em função do intenso fluxo migratório que se estabeleceu para o país em 2015
Manú Gomez/FotoMovimiento/Fotos Públicas
Grécia viveu forte crise em função do intenso fluxo migratório que se estabeleceu para o país em 2015

A Grécia estaria mantendo um campo secreto, próximo à fronteira com a Turquia, para manter migrantes que atravessaram suas fronteiras de maneira ilegal, denunciou nesta quarta-feira (11) uma matéria do jornal norte-americano The New York Times . Segundo o jornal, o "centro extrajudicial é uma das várias táticas que Atenas está usando para evitar a repetição da crise migratória de 2015". Naquele ano, mais de 850 mil pessoas chegaram ao país para solicitar asilo por conta do agravamento das guerras no norte da África e do Oriente Médio.

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Ainda conforme a matéria, o local é usado para espancamentos e para o envio, sem a possibilidade de defesa legal, dos migrantes para o outro lado da fronteira. O texto afirma ainda que os estrangeiros não conseguem sequer contar com o direito internacional de fazer a solicitação do asilo por motivos humanitários, sendo expulsos do território de maneira arbitrária.

Para comprovar a existência do campo, os jornalistas consultaram imagens de satélites e coletaram depoimentos de pessoas que passaram pelo local. O governo grego negou a existência do acampamento.

A localização do campo fica onde uma recente crise migratória voltou a se desenvolver. Por conta de uma suposta falta de apoio à Turquia na guerra síria, o presidente do país, Recep Tayyp Erdogan, ordenou a abertura da fronteira para que os refugiados fossem para a Europa - quebrando um acordo firmado em 2015.

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Ancara, inclusive, acusa os policiais gregos de matarem três migrantes no local - algo também negado por Atenas. "Não há nenhuma diferença entre aquilo que os nazistas fizeram e as imagens da fronteira grega. Disparar e usar qualquer tipo de método inumano contra pessoas inocentes, que só tem como objetivo salvar a própria vida e oferecer um futuro melhor aos próprios filhos, é uma barbárie", disse Erdogan nesta quarta.

O mandatário ainda afirmou que manterá a política de abrir as fronteiras até que "não sejam satisfeitos, de maneira tangível" todos os pedidos de Ancara. Entre as solicitações, estão "a liberdade de movimento dos turcos na Europa, a revisão da união aduaneira e uma assistência financeira".

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Visita presidente da Comissão Europeia

Em meio à nova crise migratória, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, anunciaram que farão uma visita a Atenas nesta quinta-feira (12).

Segundo as informações oficiais, elas estarão no país para dar andamento às medidas de apoio anunciadas na última semana para a "gestão da crise migratória na fronteira com a Turquia ". Entre os principais temas da pauta, está a realocação de 5,5 mil crianças desacompanhadas que atravessaram a fronteira desde o início do mês.

Há dois dias, a União Europeia anunciou um plano voluntário para o acolhimento dos migrantes menores de idade, onde cerca de 1,5 mil serão realocados na Alemanha, Croácia, Finlândia, França, Luxemburgo e Portugal. 

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