Apesar de ter confirmado mais de 10 mil casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália, o último balanço divulgado pela Defesa Civil trouxe uma boa notícia: pela primeira vez em mais de 15 dias, a cidade de Codogno, epicentro da epidemia no país, não registrou nenhum contágio.
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Com cerca de 16 mil habitantes, o município fica na Lombardia e se tornou mundialmente famoso pouco antes do Carnaval, quando registrou os primeiros casos de transmissão direta do coronavírus na Itália. Codogno e outras 10 cidades do norte do país foram colocadas em quarentena em 23 de fevereiro, inclusive com toque de recolher, e só saíram dessa condição no último domingo (8), quando o primeiro-ministro Giuseppe Conte editou um decreto impondo restrições à circulação na Lombardia e em 14 províncias de outras quatro regiões.
O mesmo texto determinou o fim da quarentena em Codogno, que, assim como as outras 10 cidades, passou a se adequar às novas normas impostas pelo governo. O decreto permite que cidadãos saiam de casa em algumas situações, como para comprar alimentos e por motivos de trabalho, saúde ou familiares.
"Estamos particularmente felizes por este que parece um grande resultado, mas queremos dizer que nós cumprimos a quarentena seriamente, e certamente é por isso que temos a queda que esperávamos", declarou o prefeito de Codogno, Francesco Passerini, nesta quarta-feira (11).
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"A batalha não acabou, mas se mantivermos comportamentos inteligentes, teremos algumas semanas de sacrifício, mas sairemos dessa", acrescentou. A notícia positiva logo se tornou argumento para a extrema direita reforçar o pedido para o governo colocar toda a Itália no mesmo modelo de quarentena.
"O isolamento funcionou em Codogno, é uma bela notícia. Mas, para que funcione em toda a Itália , é preciso fechar todas as atividades, com exceção daquelas de necessidade pública vital, por duas ou três semanas", escreveu o líder da oposição, senador Matteo Salvini, no Facebook.
"É preciso exportar o modelo de Codogno a toda a Lombardia. Codogno é o único lugar da região onde os contágios se interromperam", reforçou o governador lombardo, Attilio Fontana, colega de Salvini na Liga.
Mas nem todos são tão assertivos. Em entrevista a uma rádio católica, o médico Marcello Natali, que atua em Codogno, disse que é provável que a cidade ainda tenha casos ocultos. "Eu seria um pouquinho crítico ao dizer que não houve mais casos em Codogno. Na minha opinião, há casos que ainda não foram diagnosticados", declarou.
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Apesar dessa hipótese, Natali reconheceu que a situação no município está "melhorando". "Mas isso não quer dizer que está tudo certo, que podemos sair na rua fazendo farra. O risco de infecção ainda existe", alertou sobre o coronavírus .