Medidas restritivas impostas para a contenção do novo coronavírus no sistema prisional da Itália causaram rebeliões e protestos em 27 presídios espalhados pelo país entre o domingo (8) e esta segunda-feira (9). Seis pessoas já morreram.
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A situação mais grave ocorre no presídio de Modena , onde morreram os seis detentos, de acordo com fontes da administração local. Três vieram a óbito dentro da unidade e outros três após serem transferidos para outras prisões.
No entanto, as causas da morte ainda estão sendo averiguadas, sendo que ao menos dois casos seriam por uso de substâncias opioides e de benzodiazepínicos, respectivamente. O terceiro estava em estado cianótico (com as extremidades e mucosas em tom azul-arroxeado, o que normalmente é causado por falta de oxigenação).
Entre as normas emitidas, está o isolamento no cárcere para detentos que apresentem sintomas da doença, a restrição do contato durante as visitas, a permissão para conversas apenas via telefone ou vídeo, além de um maior controle no caso de presos que tenham o benefício da liberdade condicional.
Além dos detidos, familiares também protestaram do lado de fora da unidades.
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Outro local crítico nesta segunda-feira é o presídio de Foggia, onde cerca de 50 presos fugiram, sendo que 30 já foram recapturados. Já em Prato, há relatos de que os detentos atearam fogo em colchões, e as celas estão interditadas. Situação parecida acontece nas unidades de San Vittore, em Milão, e Rebibbia, em Roma, onde além da queima de colchões houve uma invasão na área de enfermaria, segundo o Sindicato da Polícia Penitenciária.
Também foram registrados protestos em centros de detenção em Salerno, Nápoles, Frosinone, Vercelli e Alessandria.
O ministro da Justiça da Itália, Alfonso Bonafede, afirmou que está "consciente de que uma emergência como essa do coronavírus possa causar tensões dentro de um presídio, mas deve ficar clara a intenção das medidas tomadas". "É nosso dever cuidar da saúde de quem trabalha e vive nas instituições penitenciárias", disse.
De acordo com Bonafede, as normas devem valer pelos próximos 15 dias. Já o garantidor nacional dos direitos dos detentos, Mauro Palma, informou que está "profundamente preocupado" pelos protestos, afirmando que alguns "têm violência inaceitável, com consequências gravíssimas".
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A organização não-governamental Anistia Internacional afirmou estar "profundamente preocupada pela crescente tensão nos presídios italianos, que viraram palcos de revolta", e pela morte de seis detentos. Segundo a entidade, é "fundamental reduzir a tensão imediatamente, explicando aos detentos o conteúdo do decreto relativo às medidas alternativas de detenção e, sobretudo, na questão da comunicação com o mundo exterior, na ótica de ilustrar a finalidade da precaução".