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Trump disse que não houve mortes de americanos em ataque a base do Iraque. Também afirmou que EUA não precisa do petróleo do Oriente Médio

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Agência Brasil
Trump discursou nesta quarta sobre ataque a base do Iraque que teria americanos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , se pronunciou nesta quarta-feira (8) sobre o ataque iraniano contra duas bases usadas por militares americanos no Iraque e, usando um tom mais moderado, disse estar "pronto a abraçar a paz".

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O discurso durou pouco mais de 10 minutos e começou com a confirmação de que o bombardeio às bases de Ayn al-Assad e Erbil não deixou mortos nem feridos e de que os danos materiais foram "mínimos".

"Nenhuma vida americana ou iraquiana foi perdida graças às precauções tomadas e a um sistema de alerta precoce que funcionou muito bem", disse Trump. Antes do pronunciamento, o governo do Iraque contou ter sido informado previamente pelo Irã de que haveria um ataque contra as forças americanas e advertido "imediatamente" o comando militar.

No discurso, o presidente dos EUA voltou a justificar o bombardeio que matou o general iraniano Qassem Soleimani, militar mais poderoso do país e tido como segundo na hierarquia nacional, atrás apenas do aiatolá Ali Khamenei.

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Segundo Trump, Soleimani era o "maior terrorista do mundo" e ameaçava vidas americanas. O magnata acrescentou que "todas as opções estão na mesa" para enfrentar o Irã, mas anunciou novas sanções econômicas, o que indica que, ao menos por enquanto, a via militar está descartada para responder ao ataque da última madrugada.

De acordo com Trump, as sanções permanecerão até Teerã "mudar seu comportamento". "O Irã criou um inferno no Iêmen, na Síria, no Líbano, no Afeganistão e no Iraque e deve abandonar suas ambições nucleares e encerrar o apoio ao terrorismo", disse.

O país persa financia e treina o grupo libanês Hezbollah e os rebeldes houthis no Iêmen, que têm como inimigos os principais aliados dos EUA no Oriente Médio: Israel e Arábia Saudita. Além disso, apoia milícias xiitas no Iraque.

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No fim do discurso, no entanto, Trump adotou uma postura de abertura e afirmou que os Estados Unidos estão "prontos a abraçar a paz ". "Ao povo e aos líderes do Irã, queremos que vocês tenham um grande futuro. Queremos prosperidade e harmonia na relação com as nações do mundo", destacou.

Trump ainda exaltou o poderio militar americano, mas garantiu que "não quer" usar a força. Horas antes, o chanceler iraniano, Javad Zarif, também havia dito que Teerã não desejava uma guerra com os EUA.

Cobranças

Apesar do tom moderado, Trump também cobrou da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) uma postura mais ativa no Oriente Médio e exigiu das outras potências internacionais a ruptura definitiva do acordo nuclear de 2015.

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Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia ainda tentam salvar o tratado, mas o presidente dos EUA disse que é hora de "quebrar o acordo" e fazer com que o Irã assine um pacto que "torne o mundo um lugar mais seguro e pacífico".