O Grupo de Lima , bloco formado por países das Américas para abordar a crise política da Venezuela , declarou reconhecer Juan Guaidó como o legítimo presidente da Assembleia Nacional dos deputados, mesmo após a proclamação de Luis Parra para o cargo. O comunicado, no entanto, não contou com assinaturas de México e Argentina, dois países que fazem parte do grupo.
Guaidó já era presidente da Assembleia e concorria a reeleição. No domingo, dia da votação, ele foi impedido pela Guarda Nacional de acessar o Parlamento e chegou até a tentar pular o portão do prédio. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, Nícolas Maduro atacou o opositor ao dizer que “ele não queria entrar porque não tinha votos" para ser reeleito.
Com apoio chavista e sem opositores presentes, Luis Parra foi proclamado presidente da Assembleia. Diante do impasse, os aliados de Guaidó realizaram uma sessão paralela, na sede do jornal El Nacional, e formalizaram a reeleição, de maneira que agora há dois nomes eleitos para a liderança do Legislativo.
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Posição do Brasil
O ministro das Relações exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, usou as redes sociais para informar que o país “não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia”. Integrante do Grupo de Lima, o Brasil é citado como um dos apoiadores da nota divulgada pelo bloco.
“A Assembleia Nacional tem o direito constitucional de se reunir sem intimidações ou interferências para eleger seu presidente e diretiva, motivo pelo qual não reconhecemos o resultado de uma eleição que ameaça estes direitos e foi realizada sem a participação plena dos deputados", diz o comunicado.
No mundo
Os únicos integrantes do Gruo de Lima que se abstiveram de assinar a nota foram Argentina e México. Já outros países de fora do bloco se manifestaram a favor de Guaidó, como os Estados Unidos.
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“Felicito Juan Guaidó pela reeleição como presidente da Assembleia Nacional venezuelana e condeno os esforços sem êxito" do chefe de Estado, Nicolás Maduro, "de negar a vontade do Parlamento democraticamente eleito", afirmou Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA.
A União Europeia seguiu a mesma linha e comunicou, nesta segunda-feira, que “ continua a reconhecer Juan Guaidó como o legítimo presidente da Assembleia Nacional até que sejam asseguradas as condições para uma votação adequada".