A comunidade internacional fez apelos nesta segunda-feira (6) pela manutenção do acordo nuclear assinado com o Irã. O governo de Teerã anunciou ontem que não respeitará mais os limites para enriquecimento de urânio previsto no tratado, que já tinha sido abandonado de maneira unilateral pelos Estados Unidos.
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"Deploro profundamente o recente anúncio do Irã sobre o acordo nuclear. Como sempre, confiamos nas avaliações da Agência Internacional para a Energia Atômica. A plena implementação do acordo nuclear por parte de todos é, agora, mais importante do que nunca para a estabilidade da região e para a segurança global. Continuarei trabalhando com todos os participantes sobre como prosseguir", disse o alto representante para a diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.
A decisão de Teerã de não respeitar mais o acordo veio em meio a uma crise com os EUA. Na semana passada, o presidente Donald Trump autorizou um ataque aéreo em Bagdá, no Iraque, que matou um dos homens mais importantes do Irã, o general Qassem Soleimani . O governo iraniano disse, em nota, que só retornaria ao acordo caso as sanções econômicas impostas pelos EUA também fossem removidas. Desde sua campanha eleitoral, Trump era contrário ao acordo nuclear. Assim que assumiu a Casa Branca, o republicano saiu do tratado, em maio de 2018, e anunciou novas sanções ao Irã.
"Manter os acordos e garantir sua implementação deve permanecer como uma prioridade para os parceiros", disse, em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, também demonstrando preocupação com a escalada de tensão. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, vai se reunir no sábado (11), na capital russa, com o presidente Vladimir Putin para discutir a crise entre Estados Unidos e Irã.
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A Otan também teve uma reunião extraordinária nesta segunda (6), com os embaixadores dos países-membros. O acordo nuclear com o Irã foi assinado em julho de 2015, após 20 meses de negociações entre o governo de Teerã e um grupo de potências internacionais liderado pelos EUA sob o governo de Barack Obama.