O ataque dos Estados Unidos que resultou na morte, no I raque, de um militar de alta patente do Irã, o general Qassem Soleimani , e a tensão disparada com o ato repercutiu entre líderes mundiais . O tema ganhou visibilidade hoje (3) devido aos riscos da escalada do conflito entre as duas nações.
Diante da repercussão do episódio, o presidente dos Estados Unidos , Donald Trump , buscou justificar o ato. Em sua conta no Twitter, declarou que Soleimani matou ou feriu “milhares de americanos por um período estendido de tempo e planejava matar muito mais” e acusou-o de participar da morte de manifestantes iranianos em seu país.
“Embora o Irã não admitisse isso, Soleimani era odiado e temido em seu país. Eles não estão tristes como seus líderes querem fazer o mundo crer”. Trump acrescentou que as pessoas do Iraque “não querem ser dominadas e controladas pelo Irã”.
Também pelo Twitter, o líder supremo do Irã , aiatolá Ali Khamenei , postou que o país vai “honrar a memória do Major Soleimani” e declarou três dias de luto. O presidente da República Islâmica do Irã, Hassan Rouhani, acrescentou que a “resistência contra os excessos dos Estados Unidos vai continuar” e que “o Irã vai se vingar deste crime hediondo”.
O ministro das relações exteriores do Irã, Javad Zariff , afirmou que o “ato de terrorismo internacional” dos Estados Unidos , a força mais efetiva de luta contra o Estado Islâmico, é “extremamente perigoso e uma escalada tola”. O chanceler completou que os EUA são responsáveis pelo seu comportamento “aventureiro”.
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O primeiro-ministro do Iraque , Adel Abdul Mahdi , condenou o ataque, classificando-o como uma “agressão ao Iraque, ao Estado, ao governo e ao seu povo”, bem como uma violação da condição das forças dos Estados Unidos no país.
Outros países
Representantes do governo Russo criticaram o ato e manifestaram apoio ao Irã . O diretor do Conselho da Europa para Relações Exteriores, Carl Bildt , apontou que a situação enfraquece o Iraque e faz o país mais propenso à atuação de grupos terroristas, como o Estado Islâmico .
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres , manifestou preocupação com a situação e advogou pela redução do aprofundamento dos conflitos no Golfo . “Este é um momento em que líderes devem exercitar sua cautela. O mundo não pode permitir uma nova guerra no Golfo”, pontuou.
O ministro das relações exteriores do Canadá, François-Phillipe Champagne , divulgou nota em tom semelhante na qual convoca os governantes dos países envolvidos “de todos os lados” para não permitirem a escalada do conflito. “Nosso objetivo continua sendo um Iraque estável e unido”, continuou, acrescentando que o país possuía preocupação com a atuação do general iraniano na região.
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Saída do Iraque
A embaixada dos Estados Unidos no Iraque emitiu um alerta de segurança recomendando que os cidadãos deixem o país em razão dos riscos de retaliação em razão do ataque. O órgão informou que as atividades estão suspensas e pediu que os cidadãos estadunidenses não se aproximem da sede.
No dia 31 de dezembro, a embaixada foi atacada por manifestantes na capital, Bagdá. Trump acusou o Irã de responsabilidade pelo ato. O governo iraniano, contudo, negou qualquer participação na iniciativa.
Entenda o caso
Um comandante de alto escalão da Guarda Revolucionária do Irã , Qassem Solaimani , foi morto ontem (2) nos arredores do aeroporto de Bagdad , capital do Iraque. Soleimani era o comandante da unidade de elite Força Quds, uma brigada de forças especiais responsável por operações militares extraterritoriais do Irã que faz parte da Guarda Revolucionária Islâmica.
O governo dos Estados Unidos justificou a ação afirmando que as forças armadas do país “agiram defensivamente de forma decisiva, matando Qassem Soleimani para proteger os indivíduos americanos no exterior".
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , ordenou a morte de Soleimani, anunciou o Pentágono em um comunicado. Na nota, o Pentágono disse que o general estava "ativamente a desenvolver planos para atacar diplomatas e membros de serviço norte-americanos no Iraque e em toda a região".
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, respondeu que o país preparará uma “retaliação severa” pelo ataque.