O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta sexta-feira (3) uma "vingança severa" após a morte do general iraniano Qasem Soleimani, principal comandante da Força Quds de elite (unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã), em um bombardeio dos Estados Unidos em Bagdá, no Iraque.
"O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos. Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o líder do Irã.
O Iraque também reagiu ao assassinato. O presidente Barham Salih condenou o ataque aéreo "ilegal" dos Estados Unidos no aeroporto de Bagdá, mas pediu moderação a todas as partes. Em nota, Salih disse que o país deve colocar "seu interesse nacional em primeiro lugar e evitar as tragédias de um conflito armado que afeta o país ao longo de quatro décadas".
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O premier iraquiano, Adel Abdul Mahdi, que renunciou mas segue como interino, repudiou as mortes, que viu como "uma violação das condições da presença militar dos EUA em sua nação" e um "ato de agressão que desrespeitou a soberania do Iraque" e levará a uma guerra.
A morte fez com que o presidente iraniano, Hassan Rohani, também prometesse vingança: "Não há nenhuma dúvida sobre o fato de que a grande nação do Irã e as outras nações livres da região se vingarão por este horrível crime dos Estados Unidos", declarou Rohani em um comunicado. "O 'martírio'do general Soleimani encheu de luto o coração da nação iraniana e de todas as nações da região".
Rohani ressaltou que sua morte "redobrou a determinação da nação iraniana e de outras nações livres da região de enfrentar a intimidação da América e defender os valores islâmicos". "Esse ato vil e covarde é outro sinal do desespero e fraqueza dos Estados Unidos na região", assegurou.
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O Pentágono confirmou em comunicado que os Estados Unidos foram responsáveis pelo ataque. "Este ataque teve o objetivo de prevenir futuros planos de ataque do Irã", disse o texto. "O general Soleimani estava desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas e militares americanos no Iraque e em toda a região". A Casa Branca confirmou que o ataque foi por ordem direta do presidente Donald Trump.