O Tribunal de Garantia de Santiago do Chile acolheu uma denúncia na noite desta quarta-feira (6) contra o presidente Sebastián Piñera por responsabilidade em supostos crimes contra a humanidade ocorridos durante os protestos que deixaram ao menos 20 mortos no país.
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"Admite-se a tramitação da ação interposta; remete-se ao Ministério Público", para que uma investigação contra Piñera seja iniciada, explicou o documento apresentado pelo juiz Patricio Álvarez, que realizará agora a tramitação da ação judicial.
Desta forma, um procurador exclusivo foi nomeado para investigar as possíveis violações dos direitos humanos cometidas desde 18 de outubro, quando começaram as manifestações. Segundo a acusação, "assassinatos ilegítimos, físicos, mentais e sexuais, tortura e restrições foram cometidos, além de abuso sexual, estupro , privação arbitrária da liberdade, em locais não autorizados para esse fim".
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Os advogados ainda explicam que o governo de Piñera também é responsável por "detenções seletivas de pessoas, prisões ilegais como resultado de encontrar pessoas em circunstâncias de desobediência civil; toque de recolher decretado de forma ilegal; detenções no domicílio de pessoas; privação de liberdade física".
Por fim, a denúncia inclui "mutilação de membros importantes e destruição do globo ocular de mais de 150 pessoas", segundo um comunicado do Medical College, informou a rádio Bío Bío . Os protestos deixaram 20 mortos, sendo cinco deles decorrentes de ações de agentes do Estado, e tiveram como estopim o aumento da passagem de metrô. De acordo com o Instituto Nacional de Direitos Humanos, 1.778 pessoas ficaram feridas e cerca de 5 mil foram detidas até esta quarta-feira (6).
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O presidente chileno, por sua vez, afirmou que não há o que esconder diante de todas as denúncias. "Estabelecemos total transparência nos dados (sobre a violência policial), porque não temos nada a esconder", disse Piñera .