O primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu , e seu principal rival, o general aposentado Benny Gantz , concordaram em negociar um possível governo de união depois de fracassarem em reunir apoios suficientes para obter a maioria de 61 deputados no Knesset , o Parlamento israelense .
A decisão foi tomada em reunião de mais de duas horas nesta segunda-feira (23) na residência do presidente Reuven Rivlin
, que pediu aos dois líderes que se unissem para evitar a realização de uma terceira eleição em meio ao impasse político gerado pelos resultados do pleito da semana passada.
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Equipes dos partidos dos dois — o direitista Likud de Netanyahu e o centrista Karol Lanvan ( Azul e Branco ) de Gantz — se reúnem nesta terça para acertar os termos de um eventual acordo pelo qual deverão se revezar no cargo de primeiro-ministro antes de novo encontro entre seus líderes nesta quarta. Um dos principais obstáculos é justamente definir qual deles vai assumir o posto primeiro.
Alvo de investigações por denúncias de corrupção, Netanyahu quer estar sob a proteção conferida pelo posto em audiência pré-julgamento que terá com o procurador-geral de Israel , Avichai Mandelblit, no mês que vem.
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Em fevereiro, Mandelblit anunciou que pretende acusar formalmente o atual premier pelo recebimento de presentes no valor de mais de US$ 200 mil de empresários e estabelecer regras para beneficiar donos de meios de comunicação, obtendo assim seu apoio. Como primeiro-ministro, Netanyahu
não seria obrigado renunciar caso uma denúncia formal contra ele seja feita, proteção que não teria em qualquer outro cargo num eventual Gabinete de união com Gantz
.
“Seguindo pedido do presidente, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o líder do Azul e Branco Benny Gantz discutiram entre eles maneiras de avançar com a unidade de Israel e concordaram que negociadores de ambos os partidos se reúnam amanhã (terça-feira)”, diz comunicado conjunto divulgado após a reunião desta segunda.
Rivlin , por sua vez, considerou as conversas entre os dois um “significativo passo à frente” para a formação de um governo de união no país.
“A responsabilidade em estabelecer um governo recai sobre vocês, e o povo espera que vocês encontrem uma solução e evitem novas eleições, mesmo que isso venha a um custo pessoal ou mesmo ideológico. Esta não é a hora de excluir pessoas”, alertou o presidente israelense também via comunicado.