A alta comissária dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou neste domingo (22), sentir "pena pelo Brasil" por conta de declarações recentes de Jair Bolsonaro. Filho do presidente, Eduardo Bolsonaro rebateu o comentário e afirmou que "não precisamos de pena".
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Na manhã desta segunda-feira (23), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou as redes sociais para comentar a entrevista de Bachelet. "Não precisamos de pena. Apenas devolva o dinheiro roubado, Sra. alta comissária do direitos humanos da ONU...", escreveu.
"Se há uma pessoa que diz que em seu país nunca houve ditadura, que não houve tortura, que diz que a morte de meu pai por tortura permitiu que (o Chile) não fosse outra Cuba, a verdade é que me dá pena pelo Brasil", disse Bachelet em entrevista à Televisão Nacional do Chile (TVN) .
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No início de setembro, o presidente defendeu a ditadura de Augusto Pinochet no Chile e justificou a morte do pai de Bachelet, que morreu após ser torturado pelo regime. "Se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à epoca", afirmou Bolsonaro .
Durante a entrevista, a ex-presidente chilena afirmou ainda que "a redução do espaço democrático" não acontece apenas no Brasil e que "aceita as coisas dependendo de quem elas vêm".
Questionada sobre as informações de um suposto vínculo de sua campanha com a empreiteira OAS, divulgadas pela imprensa na semana passada, a Bachelet negou. "Minha verdade é a mesma de sempre. Eu não tenho, nunca tive vínculos com OAS nem com qualquer outra empresa", afirmou.