O presidente americano, Donald Trump, indicou nesta quarta-feira (11) que o fracasso em atingir uma solução para a Venezuela
, notadamente a saída do presidente Nicolás Maduro,
foi decisiva para a saída do agora ex-conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton
, anunciada nesta terça-feira.
"Bolton estava fora da linha (sobre a Venezuela)", disse Trump a repórteres. Antes mesmo da demissão de Bolton, Trump dava sinais de impaciência com a falta de resultados da política de pressão diplomática e sanções contra Caracas. Um dos episódios mais marcantes foi a tentativa fracassada de golpe, liderada pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, proclamado por ela presidente interino do país, em 30 de abril.
A ação foi negociada por meses, com o aval da Casa Branca, e incluía integrantes da oposição e do alto escalão do governo, que buscavam afastar Maduro da Presidência. No último momento, porém, muitos dos governistas desistiram, inviabilizando o plano. Maduro continua no cargo até hoje.
Ao ser questionado se a saída de Bolton
poderia sinalizar uma mudança de rumo sobre a Venezuela, ou mesmo se ele estaria disposto a se encontrar com Nicolás Maduro
, Trump não
quis comentar.
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'Vamos ver o que acontece'
Trump também foi questionado sobre a posição americana em relação ao Irã, igualmente alvo de uma política de “pressão máxima” e um velho alvo de críticas de Bolton, mesmo antes
de seus dias na Casa Branca.
Ele não quis dizer se haverá alguma mudança nos próximos meses ou mesmo dias. Afinal, Trump havia mostrado interesse em se encontrar com o presidente iraniano, Hassan Rouhani
,
durante os encontros de líderes na Assembleia Geral da ONU
, no mês que vem, algo visto como inaceitável para Bolton.
Os dois defendiam uma posição dura em relação a Teerã, mas divergiam, às vezes publicamente, sobre os objetivos. Bolton, ligado a um grupo de oposição iraniano que esteve na lista de organizações terroristas do Departamento de Estado até 2012, os Mujahedeen do Povo (MEK), não escondia seu desejo por uma mudança de regime. Trump, por sua vez, queria
mudar os termos do acordo sobre o programa nuclear do país, de 2015, chamado por ele de “o pior acordo do mundo”.
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Quando questionado nesta quarta-feira se planejava amenizar as sanções contra Teerã — uma das condições impostas pelo iraniano para uma reunião de líderes — Trump
foi sucinto:
"Vamos ver o que acontece".