Além de Londres, protestos foram convocados em Edimburgo, na Escócia, Manchester, Cambridge e Cardiff, no País de Gales
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Além de Londres, protestos foram convocados em Edimburgo, na Escócia, Manchester, Cambridge e Cardiff, no País de Gales

Protestos contra a suspensão do Parlamento britânico aconteceram em diversos pontos do Reino Unido nesta quarta-feira (28) e deverão continuar a tomar as ruas do país nos próximos dias, mobilizados pela hashtag #StopTheCoup (#ParemOGolpe, em português).

Aprovada pela rainha Elizabeth II nesta quarta, a suspensão solicitada por Johnson fará com que as atividades parlamentares sejam interrompidas por cinco semanas, entre meados de setembro e o dia 13 de outubro. Com isso, o premier busca impedir os esforços da oposição no Reino Unido para barrar um Brexit sem acordo de transição no dia 31 de outubro.

A medida de Johnson foi imediatamente alvo de críticas: deputados da oposição e do próprio Partido Conservador a classificaram como "golpe" e "um ultraje constitucional". Em editorial, o jornal The Guardian classificou a iniciativa do primeiro-ministro como "uma afronta à democracia".

Grupos contrários à suspensão foram, ainda pela manhã, para a frente da residência oficial do primeiro-ministro britânico, o número 10 da rua Downing, e nos arredores do Parlamento . Entre os gritos entoados pelos manifestantes estão frases como: "eleições gerais já", "Boris é mentiroso" e "Pet shop do Trump".

Além de Londres, hoje também estão marcados atos para Edimburgo, na Escócia, Manchester, Cambridge e Cardiff, no País de Gales. O grupo de esquerda Another Europe is Possible (Outra Europa é Possível, em português) também está convocando uma série de protestos pelo país no sábado, em ao menos dez cidades.

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" Boris Johnson está tentando acabar nossa democracia para concretizar sua agenda do Brexit. Isso é uma desgraça, mas nós não podemos apenas depender da Justiça ou do processo parlamentar para salvar o dia. Todos nós temos um dever de nos posicionar", diz o post do grupo em um evento do Facebook. 

Menos de 12 horas após o anúncio do premier, um abaixo-assinado contrário à suspensão do Parlamento já contava com mais de 500 mil assinaturas, com milhares de nomes sendo adicionados por minuto. De acordo com a legislação britânica, qualquer petição com mais de 100 mil assinaturas no site do governo poderá ser considerada para debate.

A oposição pública segue uma série de demonstrações de políticos britânicos, como o líder trabalhista Jeremy Corbyn, que chegou a escrever para a rainha Elizabeth II expressando seu descontentamento com os planos do governo e pedindo um encontro com a monarca —  que, supostamente, não aconteceu por ter sido feito "tarde demais".

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Para o trabalhista, os planos do governo britânico "são ultrajantes e uma ameaça à democracia". Ele disse ainda que o premier busca suspender o Parlamento para evitar críticas da oposição no Reino Unido a seu plano de "Brexit sem acordo de transição irresponsável". O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que geralmente não comenta anúncios do governo, por sua vez, disse que ela é um "ultraje constitucional".

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