Chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam se pronunciou nesta terça-feira (27)
Reprodução/Facebook Carrie Lam
Chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam se pronunciou nesta terça-feira (27)

A escalada de violência nos protestos antigoverno e pró-democracia que tomam conta de Hong Kong há 13 semanas está se tornando mais séria, disse Carrie Lam, chefe do Executivo do território. Ela, no entanto, afirmou que o governo tem confiança em sua capacidade de lidar com a crise. Lam se pronunciou nesta terça-feira (27), em entrevista a repórteres antes de uma reunião de seu Gabinete.

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Quando perguntada se pretende declarar estado de emergência para conter os protestos — algo que abriria caminho para que o governo local buscasse ajuda do Exército chinês — a líder de Hong Kong  disse que o governo local irá utilizar todos os meios legais existentes para "colocar um fim na violência e no caos".

Em uma visita à província de Guangdong, próxima de Hong Kong, o ministro de Segurança Pública chinês, Zhao Kezhi , disse que a China irá "combater e destruir atividades subversivas e terroristas para garantir a segurança e a estabilidade do país". Desde que os desafios à soberania chinesa aumentaram, no meio de junho, Pequim vem endurecendo sua retórica, sugerindo que poderá mobilizar tropas do Exército Popular da Libertação e realizando exercícios com sua polícia antimotim em Shenzhen, cidade vizinha a Hong Kong.

As declarações de Carrie Lam  e Zhao foram as primeiras desde os atos violentos de domingo, que seguiram alguns dias de manifestações majoritariamente pacíficas. Neste final de semana, a polícia utilizou canhões d'água e armas de fogo pela primeira vez desde que os protestos começaram. Seis policiais sacaram suas armas e um dele chegou a atirar para o alto, para dispersar manifestantes com bastões de aço, coquetéis molotov e tijolos. Oitenta e seis pessoas foram presas — a mais nova delas, com 12 anos.

Os protestos tiveram início no início de junho para impedir um projeto de lei que permitiria a extradição de pessoas para a China continental. Apesar de território chinês, Hong Kong tem autonomia política, judicial e administrativa — um modelo conhecido como "um país, dois sistemas" — em vigor desde a devolução britânica, em 1997. São essas liberdades que os manifestantes julgam estar ameaçadas pelo aumento da influência chinesa na região.

Nas últimas 13 semanas, contudo, os protestos ganharam novas demandas que desafiam os interesses de Pequim, como a anistia para os manifestantes presos, o cancelamento da lei de extradição, uma investigação sobre a violência policial e a eleição direta para a liderança do Executivo, atualmente escolhida por um comitê de cerca de 1.200 pessoas majoritariamente pró-China. Desde que os atos começaram, 883 pessoas foram presas e 136, indiciadas.

Lam, eleita com o apoio do PC chinês, voltou a dizer nesta terça-feira que está buscando construir uma plataforma para diálogos, mas que não "aceitará essas demandas" e que a lei de extradição "foi interrompida há dois meses". Novos protestos já estão marcados para os próximos dias, inclusive para o dia 1 o de outubro, aniversário de 70 anos da fundação da República Popular da China, quando o Partido Comunista assumiu o controle do país.

Descontente com G7

O governo chinês disse ainda, nesta terça-feira, que Pequim se "opõe completamente" à declaração final do encontro do G7 — texto que substituiu o tradicional comunicado final, inexistente pela falta de consenso sobre temas como o clima. No documento, os líderes defendem a importância do acordo sino-britânico de 1984, que trata da autonomia de Hong Kong após sua devolução à China e da diferença de seus sistemas político, econômico e judiciário em relação a Pequim.

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Em uma entrevista coletiva, o porta-voz da Chancelaria chinesa, Geng Shuang, disse que Pequim está "profundamente insatisfeita e se opõe completamente" ao G7 "fazer declarações imprudentes e gesticular" sobre um assunto interno de Hong Kong .

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