Presidente do Líbano considera ataques de Israel como
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Presidente do Líbano considera ataques de Israel como "declaração de guerra"

O presidente do Líbano , Michel Aoun , afirmou nesta segunda-feira que os ataques de drones israelenses no fim de semana equivalem a uma “declaração de guerra”, dando ao seu país o direito de se defender de novas incursões. No domingo de madrugada, um drone de reconhecimento caiu nos subúrbios do sul de Beirute , território controlado pelo movimento xiita Hezbollah , enquanto outro explodiu no ar, segundo o Exército libanês.

“O que aconteceu é similar a uma declaração de guerra, o que nos permite recorrer ao direito de defendermos nossa soberania, independência e integridade territorial. Somos um povo que busca a paz, não a guerra, mas não aceitamos que ninguém nos ameace de qualquer forma”, publicou o escritório da Presidência do Líbano em sua conta no Twitter, citando Aoun.

Os militares israelenses informaram que suas forças no Norte do país, junto à fronteira com Líbano e Síria, estão em “alerta máximo”, enquanto o primeiro-ministro libanês, Saad al-Hariri , corre para evitar uma escalada da situação, deflagrada pelo aumento das tensões entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã e que conta com a simpatia de Aoun.

Embora Israel não tenha admitido ter enviado os drones a Beirute, o líder do Hezbollah , Sayyed Hassan Nasrallah , disse neste domingo que a ação constitui o primeiro ataque israelense em território libanês desde que os dois lados lutaram uma renhida guerra de um mês em 2006. Horas depois, uma facção palestina afirmou que drones israelenses também atacaram uma posição militar sua no Vale de Bekaa, no interior do Líbano.

"(Cada vez que) os drones israelenses entrarem no espaço aéreo do Líbano, lutaremos para derrubá-los", advertiu Nasrallah.

Aoun discutiu o “ataque israelense” com o coordenador especial da ONU para o Líbano, Jan Kubis, nesta segunda-feira. Ainda de acordo com o escritório da Presidência libanesa, Aoun disse a Kubis que os ataques no subúrbio de Dahyeh e em Bekaa violam a Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas que pôs fim à guerra de julho de 2006. O conflito deixou cerca de 1,2 mil mortos, a maioria civis, no Líbano e outras 158 vítimas fatais, em grande parte soldados, em Israel.

Enquanto isso, Hariri disse que seu governo está trabalhando para evitar uma “perigosa escalada” das tensões com Israel. Ele ressaltou, no entanto, que isso requer que a comunidade internacional condene a “flagrante violação” da parte de Israel desta resolução. "Qualquer escalada pode se desenvolver em um ciclo de violência regional que ninguém pode prever o quanto vai se estender", alertou Hariri em reunião com os embaixadores no Líbano dos cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas: EUA, Rússia, China, França e Reino Unido.

Já o ministro da Energia de Israel, Yuval Steinitz, disse que seu país permanece atento à possibilidade de o Hezbollah lançar ataques sob as ordens do Irã. "Sem dúvidas a situação é tensa. Ninguém sabe o que um novo dia vai trazer", comentou Steinitz, que integra o Gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em entrevista em vídeo ao site de notícias israelense YNet.

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