Como parte de sua estratégia de mostrar-se como um candidato moderado, Alberto Fernández, vencedor das primárias realizadas na Argentina no último domingo (11), assegurou em entrevista a um canal de TV local que a Venezuela "é um regime autoritário, o que torna muito difícil sua defesa".
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Respondendo às acusações do presidente Mauricio Macri, que costuma assegurar que uma eventual vitória da chapa formada por Alberto Fernández e a senadora e ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) levaria o país a virar uma nova Venezuela, o candidato da aliança kirchnerista e peronista Frente de Todos assegurou que o governo Maduro "cometeu abusos".
Para sustentar sua afirmação, Fernández mencionou o recente relatório elaborado pelas Nações Unidas e apresentado por sua alta representante em matéria de Direitos Humanos
, a
ex-presidente do Chile Michelle Bachelet (2006-2010 e 2014-2018).
"É preciso recompor a institucionalidade na Venezuela e Maduro não a garante. Agora, a solução para a Venezuela não é correr atrás de (Donald) Trump", declarou Fernández.
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Segundo Alberto Fernández , que com suas afirmações alinhou-se com a posição do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica (2010-2015), o relatório apresentado por Bachelet "é de uma gravidade enorme". O documento fala em violações dos direitos humanos, torturas e responsabiliza o regime chavista por 7 mil mortes extra-judiciais.