O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou a indicação do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada
brasileira em Washington
. Questionado em entrevista do lado de fora da Casa Branca sobre a indicação, Trump foi ao mesmo tempo efusivo e vago, dizendo três vezes que Eduardo era
“fantástico”, mas sem explicar o motivo.
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"Eu conheço o filho dele, eu acho que o filho dele é fantástico, um grande jovem. Estou muito feliz por ele ter sido indicado, espero que seja nomeado. Eu conheço o filho dele
e é provavelmente por isso que ele foi indicado. Ele é fantástico, estou muito feliz", disse Trump
. "Não acho que é nepotismo, porque o filho dele ajudou muito na campanha. Ele
é fantástico", acrescentou na sequência.
Eduardo Bolsonaro
esteve com o presidente estadunidense na primeira viagem oficial de Bolsonaro ao exterior, a Washington, em março, e depois voltou a encontrá-lo brevemente no
final de junho na cúpula do G-20 no Japão. Em março, em uma quebra de protocolo, o deputado foi convidado para uma reunião com os dois presidentes, sem a presença do chanceler brasileiro, Ernesto Araújo.
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Na semana passada, o presidente confirmou que o nome do filho foi indicado para Washington, e que aguarda confirmação. A divulgação desta informação contraria a praxe
diplomática, na qual as indicações para embaixadas correm em segredo, até a aceitação — chamada “agrément” — do país anfitrião.
O governo brasileiro alega que o fato de Eduardo ter conhecido Trump, seus familiares e outros personagens poderosos de Washington é uma das principais motivações para a
nomeação. Há a expectativa de que o acesso do hoje deputado à Casa Branca e ao Departamento de Estado vá ser facilitado, e que a presença do deputado propiciará uma comunicação direta entre o Planalto e Washington.
Interlocutores próximos de Ernesto Araújo
também entendem que Eduardo poderá se aproximar do ideólogo e propagandista de extrema-direita Steve Bannon - algoz de Trump -, que vive em Washington. O aprendizado de discursos e técnicas de propaganda e campanha, tendo em mira a eleição presidencial brasileira de 2022, é outro dos motivos que anima o
governo.
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A indicação, que gerou críticas de nepotismo até em setores simpáticos a Bolsonaro, também desperta preocupação em interlocutores de Araújo, pela possibilidade de que a conexão
direta entre os Estados Unidos de Trump
e o Planalto leve a decisões impensadas, tomadas sem que sejam ouvidos mediadores diplomáticos tradicionais e experientes.