Um dia após atacar quatro congressistas democratas, o presidente americano, Donald Trump , negou veementemente as acusações de racismo. Em uma série de publicações no Twitter no domingo (14), Trump afirmou que as “progressistas” do Partido Democrata deveriam “voltar a seus países de origem”, sem citar nominalmente as deputadas, que classificaram as palavras de Trump como parte de uma “agenda de brancos nacionalistas”.
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“Esses tuítes NÃO eram racistas. Eu não tenho um só osso racista no meu corpo!”, tuitou Donald Trump , enquanto os legisladores dos EUA se preparavam para votar uma resolução condenando seus comentários.
Embora não tenha mencionado nomes, Trump se referia a Alexandria Ocasio-Cortez (representante de Nova York, portorriquenha), Ilhan Omar (de Minnesota, americana nascida na Somália), Ayanna Pressley (representante de Massachusetts) e Rashida Tlaib (que representa o Michigan, de descendência palestina).
Em depoimentos curtos na segunda-feira (15), as quatro deputadas voltaram a levantar a possibilidade de um impeachment de Trump e condenaram as palavras do presidente. "Não seremos silenciadas", disse Pressley, conclamando os americanos a “não morder a isca” desses ataques, que, segundo ela, visam a desviar a atenção dos verdadeiros problemas do país."Trump só procura distrair com este ataque abertamente racista", afirmou Omar. "Essa é a agenda dos nacionalistas brancos."
Nesta terça-feira (16), os democratas
, que controlam a Câmara dos Deputados, votarão uma moção para condenar as declarações do presidente. A iniciativa também foi criticada por Trump no Twitter. “O que eles chamaram de voto é uma farsa, os republicanos não devem mostrar ‘fraqueza’ ou cair em sua armadilha”, tuitou o presidente, que disse que os legisladores deveriam se pronunciar sobre a “linguagem chula e as mentiras contadas pelos democratas”.
Entre os republicanos , o ex-senador Jeff Flake afirmou que os comentários do presidente foram “equivocados”, e representavam um risco de “alienar jovens e mulheres nos subúrbios que já estão desencantados com o partido”. No Twitter, o senador republicano Mitt Romney condenou as publicações de Trump :
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“Os comentários do presidente foram destrutivos, preconceituosos e desagregadores. O presidente dos Estados Unidos tem a singular e nobre missão de unir o povo americano — de diferentes raças, cores e origens nacionais. Nesse aspecto, o presidente falhou miseravelmente. As pessoas podem divergir sobre política, mas dizer a cidadãos americanos para que voltam ao lugar de onde vieram é inaceitável”.