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Rainha Elizabeth II é a mais velha monarca britânica de todos os tempos
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Rainha Elizabeth II é a mais velha monarca britânica de todos os tempos

Monarca mais longeva da atualidade, a rainha Elizabeth II , do Reino Unido, pode passar o trono para o filho Charles em dois anos, quando completar 95 anos. A notícia, divulgada pelo jornal Daily Mail e atribuída a um especialista, recolocou em pauta a transição da monarquia mais famosa do mundo.

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A mudança não seria automática. Elizabeth II, que fez 93 anos em abril, poderia transmitir ao filho parte de suas obrigações baseada no Regency Act de 1937. Nesse caso, ela manteria o título de rainha, mas Charles , que está com 70 anos, cumpriria a maior parte das funções reais, enquanto que o marido de Elizabeth II, o príncipe Philip, com 98 anos, assumiria o posto de guardião da rainha.

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Frank Augstein
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Complicado? A sucessão na família real obedece regras milenares que foram alteradas várias vezes. Como a maioria das monarquias, a linha de sucessão historicamente era baseada na primogenitura. O Bill of Rights (Declaração de Direitos), de 1689, e o Act of Settlement (Decreto de Estabelecimento), de 1701, redefiniram o papel e a transição da monarquia. A partir daí, os sucessores deveriam ser protestantes. O Regency Act de 1937 foi editado para a eventual incapacidade do monarca e mirou a sucessão de George VI, pois sua filha, a atual rainha Elizabeth II, era menor de idade. A norma estipulou que o herdeiro ao trono precisa ser maior de 21 anos, britânico e domiciliado no Reino Unido.

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Regras e modernização

Houve uma modernização nos códigos. Com o Ato de Sucessão do Trono, de 2013, o filho mais velho, sem considerar o sexo, assumiria o trono. Já o Regency Act é um instrumento que teve várias edições e foi invocado pela última vez em 1810, no reinado de George III, que foi afastado por problemas mentais e substituído por seu filho George IV.

Pelo ato de 1937, que pode regular a passagem em 2021, a incapacidade do monarca teria de ser declarada por três pessoas, incluindo o príncipe Philip e o presidente da Câmara dos Comuns. Evidências de que o processo de substituição estaria em curso são as funções que Charles já exerce na prática, como a participação nas sessões de abertura do Parlamento e da Commonwealth.

A rainha tem assegurado um papel de estabilidade e autoridade no Reino Unido nos últimos 67 anos que rivaliza com a influência exercida ao longo do século XIX pela rainha Vitória, sua tataravó. Na infância, Elizabeth II acompanhou o acidentado reinado de seu pai, George VI, que assumiu o trono com a renúncia surpreendente do irmão Edward VIII — ele largou a coroa para se casar com a americana Wallis Simpson, divorciada.

No trono desde fevereiro de 1952, a rainha já conviveu com 13 primeiros-ministros britânicos, incluindo Winston Churchull. Testemunhou a Segunda Guerra Mundial, o auge da Guerra Fria e o fim da União Soviética. Além da estabilidade, ela lega ao país a modernização da monarquia. Assegurou a recepção na família real da esposa do príncipe Harry, a plebeia americana Meghan Markle. Ela soube agir com firmeza e moderação em várias crises, como a morte da princesa Diana, em 1997. Seu longo reinado parece inabalável. O marido, o príncipe Philip, duque de Edimburgo, aposentou-se de suas funções oficiais em 2017, após 65 anos.

Muito já se especulou sobre o destino de Charles, o príncipe de Gales. Ele não conseguiria atingir no trono, segundo críticos, a mesma estatura da mãe. Filho mais velho da rainha, é o seu herdeiro direto. Em seguida, na linha de sucessão, vem o príncipe William, duque de Cambridge, que é o filho mais velho de Charles e da princesa Diana (1961-1997). Em seguida, na ordem, aparecem os filhos de William e Kate: o príncipe George, a princesa Charlotte (que ocupa essa posição pela regra de 2013) e o príncipe Louis. O segundo filho de Charles, Harry, é o sexto na linha de sucessão e Archie Harrison, filho de Harry com Meghan Markle, o sétimo.

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A notícia da modificação monárquica não recebeu nenhuma resposta oficial. Enquanto a fleuma real ignora as especulações sobre a mudança, as casas de apostas em Londres já estão marcando um prêmio de 2 para 1 para o príncipe de Gales.

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