Milhares de mães marcharam em Hong Kong nesta sexta-feira (5) em apoio a estudantes que tomaram as ruas nas últimas semanas para protestar contra um projeto de lei que permitiria aextradição de pessoas à China continental para serem julgadas.
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A tramitação do projeto foi suspensa há duas semanas pela chefe do Executivo de Hong Kong , Carrie Lam . A medida, no entanto, não acalmou os ânimos dos estudantes, que exigem seu arquivamento definitivo e a renúncia de Lam.
Organizadores estimaram que 8 mil mulheres participaram da marcha, enquanto a polícia deu um número bem menor, de 1.300 pessoas.
"Os jovens já fizeram muito por nós. Devemos pelo menos nos manifestar uma vez para eles. Mesmo que pareçam um pouco violentos, eles não machucaram ninguém", disse Carina Wan, professora primária de 40 anos. "Quem nos magoou é o governo. Se eles não libertarem os jovens, continuaremos nas ruas".
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Na segunda-feira, Lam disse que não voltará a pôr o projeto em votação e pediu para se encontrar com os manifestantes . O sindicato estudantil da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST), uma das oito principais instituições de ensino superior, recusou a oferta, dizendo que Lam havia solicitado uma reunião a portas fechadas.
"O diálogo deve estar aberto a todos, para que os cidadãos de Hong Kong participem e todos tenham o direito de falar", disse o sindicato em comunicado publicado no Facebook.
Na segunda-feira, dia em que a cidade marca os 22 anos da devolução da então colônia britânica para a China, a polícia de Hong Kong expulsou centenas de manifestantes que invadiram o parlamento , destruíram computadores e pintaram com tinta de spray slogans anti-extradição em escritórios do governo.