Brasileiros ficaram à deriva na Polinésia Francesa após acidente que quebrou leme
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Brasileiros ficaram à deriva na Polinésia Francesa após acidente que quebrou leme

À deriva nas águas da Polinésia Francesa depois de  sofrerem um acidente e perderem o leme do veleiro, os irmãos brasileiros Celso Pereira Neto e Lucas Pereira relataram os apuros e as emoções das primeiras 24 horas do que classificaram como "nosso maior perrengue".

Moradores de Ubatuba, no litoral de São Paulo, eles se lançaram ao mar há 16 meses para dar a volta ao mundo a bordo do Katoosh, construído pelos pais. Em meio ao oceano agitado e a fortes ventos, agora aguardam à deriva a calmaria para tentar instalar o leme reserva e tocar o barco rumo ao "sonho de família".

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Pelo Instagram, Celso contou que os dois elaboraram um plano de ação para preservar o  veleiro até sábado, quando deve chegar a calmaria. Sabiam que, segundo a previsão do tempo, "a situação que já estava ruim iria piorar de hora em hora", com auge da tempestade às 23h (horário local).

"Ficamos sentados no chão da cozinha, calados, por uns 10 minutos. As ondas lá fora explodindo no costado do veleiro, nós à deriva, sem rumo... Não estávamos acreditando no que estava acontecendo, parecia que a qualquer momento iríamos acordar e tudo aquilo teria sido apenas um pesadelo...", relatou Neto em post no Instagram.

Segundo Neto, um "sentimento ruim" tomou os irmãos, "um nó na garganta". Eles se olharam e perceberam que sentiam a mesma angústia.

"Foi triste ver meu irmão daquele jeito... Chegamos mais perto e ainda no chão nos abraçamos... Choramos! Não de medo, não. Aquelas lágrimas eram, na verdade, de tristeza Bater em algo no meio do mar, perder o leme e depois todo esse perrengue? Correndo o risco de perder o barco?", contou o velejador.

Na madrugada de quarta-feira, os irmãos haviam explicado que ficar sem o leme é "uma das piores situações que podem acontecer" em veleiros. Eles estão sem controle do barco e são empurrados "para onde o vento quiser", com o risco de aproximação de ilhas e pedras. "Está chacoalhando para burro", contou o pai dos jovens ao jornal O Globo .

Neto ponderou que, mesmo se os planos derem certo, os custos de manutenção e instalação do novo leme "serão altíssimos" e que a situação "saiu de controle". O momento de reflexão no chão da cozinha, segundo ele, deu uma "injeção de ânimo" nos irmãos para tentar "salvar nossa casa". Apostaram então em um plano B: sem o leme reserva instalado, posicionar o Katoosh rumo a um "corredor" entre as ilhas da região.

"Percebemos que estávamos derivando muito rápido com os ventos, isso diminuía nosso tempo de reação na tentativa de evitar as ilhas! Tínhamos que tentar frear um pouco. A força do vento era tamanha que nossa âncora de tempestades parecia não ter efeito algum", relatou Neto.

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Os irmãos tiveram a ideia de amarrar objetos no cabo da âncora para diminuir a velocidade — travesseiros, almofadas, galões, lona, baldes, mochila. Estavam à deriva , sem luz e em situação "arriscada" de mar e vento. Ficaram "exaustos", segundo Neto, mas o plano deu certo, e os irmãos "explodiram de felicidade".

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