Agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) prenderam na noite da última quarta-feira (8) o vice-presidente do Parlamento, o oposicionista Edgar Zambrano.
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A confirmação foi feita pelo próprio Zambrano - número 2 de Juan Guaidó
na Assembleia Nacional da Venezuela
-, em sua conta no Twitter. A pedido do TSJ, a Constituinte suspendeu sua imunidade parlamentar.
Ele disse que foi surpreendido pelo Sebin e, como se negou a sair do carro, usaram um guincho para transportá-lo, de maneira forçada, diretamente ao Helicoide (prisão do Sebin). "Nós democratas vamos continuar a lutar", afirmou.
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Em outra mensagem, publicada na mesma rede momentos antes, o deputado alertou o povo da Venezuela de que se encontrava dentro do seu carro, na sede do partido, a Ação Democrática, em La Florida.
UE pede "libertação imediata"
A União Europeia (UE) pediu nesta quinta-feira a "libertação imediata" do braço-direito do líder opositor Juan Guaidó. Os Estados Unidos condenaram a "detenção arbitrária" e advertiram o governo de que haveria "consequências" se o parlamentar não fosse libertado.
Zambrano é um dos dez deputados contra os quais o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) ordenou um julgamento por envolvimento na revolta de um grupo de militares, em 30 de abril, sob a liderança de Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela.
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"A prisão do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, a polícia secreta da Venezuela, é outro flagrante violação da Constituição do país", denunciou o porta-voz das Relações Externas da UE, Maja Kocijancic, em comunicado. "É um ato que obedece a motivos políticos para silenciar a Assembleia Nacional."
A UE pediu "respeito" aos direitos civis e à imunidade parlamentar de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo seu presidente, Guaidó. O bloco europeu advertiu Maduro que reagirá, "por meio de diferentes instrumentos políticos, contra a continuidade da erosão das instituições democráticas, do estado de direito e dos direitos humanos" na Venezuela.
Em mensagem publicada na conta do Twitter da embaixada americana em Caracas, fechada desde a escalada de tensão entre os dois países, Washington exigiu a libertação de Zambrano e descreveu a prisão como "ilegal e indesculpável".
"Maduro e seus cúmplices são responsáveis diretos pela segurança de Zambrano. Se não for liberado de imediato, haverá consequências", disseram os EUA .
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu a libertação de Zambrano e respeito aos demais parlamentares da Assembleia Nacional.
"Chega de perseguição política da ditadura da Venezuela !", ressaltou Almagro.
Além de Zambrano , o TSJ acusa de traição à pátria os parlamentares Freddy Superlano, Sergio Vergara e Juan Andrés Mejía, Luis Florido, Henry Ramos Allup, Richard Blanco, Marianela Magallanes, Simón Calzadilla e Amerigo De Grazia.
Os deputados opositores apoiaram o levante de 30 de abril, deflagrado diante da base aérea de La Carlota, em Caracas. Confrontos naquele dia e no dia seguinte entre manifestantes e policiais deixaram seis mortos e mais de 200 detidos, segundo o procurador-geral do país, Tarek William Saab.
A deputada Mariela Magallanes se refugiou na residência do embaixador da Itália em Caracas, enquanto seus colegas se afastaram de atividades públicas.
"O medo não vai nos deter. É a única estratégia que resta a um regime sem respostas ao povo (...). Só lhes resta gerar o medo", afirmou Guaidó nesta quarta-feira em entrevista à AFPTV, em La Guaira, a 30 quilômetros de Caracas.