Manifestações contra governo do Sudão já deixarm 11 mortos
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Manifestações contra governo do Sudão já deixarm 11 mortos


Onze pessoas morreram na capitaldo Sudão Cartum, na terça-feira, incluindo seis membros das forças estatais, durante protestos pedindo o fim do governo de Omar al-Bashir. As manifestações, que começaram há três meses, formam um dos maiores desafios que o presidente já enfrentou em três décadas no poder. 

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Agentes do Serviço Nacional de Inteligência e Segurança do Sudão tentaram por duas vezes dispersar milhares de manifestantes contrários ao governo acampados do lado de fora do Ministério da Defesa, informaram as autoridades. Segundo testemunhas, os agentes tentaram invadir a área usando picapes. Mas, os soldados do Exército que guardavam o complexo saíram ambas as vezes para proteger os manifestantes, disparando tiros para o ar e posicionando soldados ao redor da área.

O porta-voz do governo e ministro da Informação, Hassan Ismail, citou um relatório do chefe de polícia dizendo que as autoridades haviam barrado uma conspiração criminosa para incendiar algumas delegacias em partes da capital. Já o Serviço Nacional de Inteligência e Segurança alertou em comunicado que havia detectado "desenvolvimentos negativos" em relação a vandalismo, roubo e terrorismo e que seus agentes foram capazes de "controlar elementos indisciplinados".

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Segundo Sadiq al-Madhi, líder do principal partido de oposição , Umma, cerca de 20 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques desde o início da ocupação da área diante do Ministério de Defesa, há cinco dias, organizada por manifestantes que exigem a renúncia de Bashir. Os disparos ocorreram ao amanhecer de terça-feira.

O Ministério do Interior, por sua vez, informou na segunda-feira que 39 pessoas, incluindo três membros das forças de segurança, morreram desde o início dos protestos em 19 de dezembro. Já os organizadores das manifestações calculam o número de mortos em quase 70.  O Ministério da Saúde do Sudão informou que os hospitais de Cartum trataram 72 casos de pessoas atingidas por gás lacrimogêneo e 16 com ferimentos leves.

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Mahdi também pediu, na terça-feira, que o governo disponibilize um "grupo selecionado do comando militar" para negociar uma transição para a democracia, após mais de três meses de protestos. A Associação de Profissionais do Sudã o, uma coalizão de grupos civis que é a principal organizadora das manifestações, defendeu um governo de transição civil e afirmou que só negociará com o Exército, considerando-o "o mantenedor do sistema político no Sudão".

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