O Parlamento do Reino Unido decidiu nesta quarta-feira (3) que o Brexit não poderá acontecer sem um acordo. A decisão se deu por apenas um voto de diferença – foram 313 votos à favor e 312 contra. A proposta ainda precisa ser votada pela Câmara dos Lordes, onde deve ser ratificada.
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Com a aprovação, a primeira-ministra Theresa May deve ser obrigada a pedir para a União Europeia uma nova extensão de prazo para o Brexit , alternativa que já foi defendida pela própria May. Para honrar o combinado atual, os britânicos devem apresentar uma proposta de acordo até o dia 12 de abril, o que é improvável de acontecer, uma vez que diversas sugestões já foram rejeitadas .
Os europeus, no entanto, podem não aceitar o novo pedido. Na ocasião do primeiro adiamento – a data original da saída era 29 de março –, o bloco exigiu como contraparte a apresentação de um projeto concreto de acordo. Neste cenário, sem a apresentação do mesmo, o Reino Unido poderia sair sem fazer um acordo, justamente o que foi bloqueado pelo Parlamento nesta quarta.
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Também na sessão de ontem da Câmara dos Comuns, os representantes tentaram votar uma medida que permitiria a Theresa May negociar o acordo de saída direto com a União Europeia, sem a necessidade da chancela do Parlamento. O projeto, porém, sofreu uma derrota acachapante, por 180 votos de diferença.
A relação entre a primeira-ministra e os parlamentares está desgastada e alguns chegam a pedir a renúncia de May. Ela afirmou que sairá do poder após a resolução da novela que se tornou o processo de deixar o grupo.
O Brexit vem sendo negociado desde 2016, quando um referendo popular decidiu pela saída da União Europeia. Deixar o grupo abruptamente, no entanto, traria inúmeras complicações econômicas e sociais, já que romperia com a atual integração.