A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou estar disposta a deixar seu cargo caso o Parlamento aprove um acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. Após ver o seu projeto ser rejeitado por duas vezes, a premiê tenta encontrar alternativas para que um acordo seja aprovado até o dia 22 de maio, data limite para o Brexit .
A declaração foi dada nesta quarta-feira (27) a um grupo de deputados de seu Partido Conservador. Apesar de não indicar uma data certa para a renúncia de Theresa May , jornalistas britânicos reportam que a possibilidade é de que isso aconteça em curto prazo, mais especificamente em meados de julho, logo após a premiê participar de sua última cúpula internacional: a reunião do G20 no Japão.
“Estou preparada para sair deste cargo mais cedo do que eu previa para fazer o que é correto para o nosso país e para o nosso partido”, afirmou a primeira-ministra, que já havia informado que deixaria sua posição antes das próximas eleições gerais, em 2022.
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A conservadora ainda destacou ter ciência do desejo por parte do Parlamento de que haja uma nova liderança na segunda fase de negociações do Brexit e pediu para que os demais parlamentares se comprometessem com o seu “dever histórico de seguir a decisão do povo britânico e deixar a União Europeia de modo suave e ordenado”.
Em resposta, o líder da oposição, Jeremy Corbyn, utilizou suas redes sociais para afirmar que May não pensou no interesse público durante as negociações, mas sim em seus interesses partidários. “Uma mudança de governo não pode ser uma artimanha do Partido Conservador. As pessoas têm que decidir”, apontou o deputado do Partido Trabalhista, que defende a ideia de que haja eleições abertas para resolver a questão do Brexit.
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Na noite de ontem, o Parlamento britânico se juntou para votar alternativas para a saída do bloco, porém todas as oito propostas foram rejeitas. Segundo Theresa May , pensar em outras opções para o Brexit pode atrasar o processo ou mesmo impedir que ele se realize.