O governo brasileiro decidiu enviar dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para Moçambique levando ajuda humanitária. A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira (27), e o objetivo da operação é ajudar as vítimas do ciclone Idai, que devastou boa parte do país há duas semanas.
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O Brasil vai enviar a Moçambique uma equipe de resgate e salvamento da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais com 20 profissionais. Os bombeiros que vão ajudar as vítimas do ciclone Idai atuaram com os atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho e são referência em buscas e salvamentos em soterramentos, enchentes e inundações.
Nesta missão, os bombeiros mineiros vão atuar nos resgates e nas buscas de desaparecidos. Eles vão utilizar inteligência de georreferenciamento e busca aérea, aspectos que também são usados em Brumadinho.
Junto com os profissionais, o governo brasileiro enviará três picapes, dois botes, três drones com imageador térmico e outras ferramentas específicas para a atividade a ser exercida, como desencarceradores e expansores hidráulicos. Os equipamentos pertencem ao Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
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Além disso, a primeira parte da ajuda levará kits de medicamentos e insumos básicos de saúde doados pelo Ministério da Saúde. Os recursos são suficientes para prover assistência emergencial para 9 mil pessoas por até um mês.
O embarque da equipe e dos mantimentos está previsto para esta sexta-feira (29). O tempo de participação na Operação África previsto inicialmente pelo governo é de 15 dias. Os profissionais vão se estabelecer na região das cidades de Beira e Dondo, em Moçambique , alguns dos locais mais atingidos pela passagem do ciclone.
Brasil foi um dos primeiros países a oferecer mapas para ajudar nas buscas. O país também já ofereceu o envio de 100 mil euros para ajudar na reconstrução de Moçambique.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu esta semana que a comunidade internacional envie mais ajuda humanitária para áreas devastadas.
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O ciclone Idai , passou por Moçambique no dia 14 deste mês, com ventos de mais de 170 km/h, e seguiu para Zimbábue e Malaui, onde também deixou um rastro de destruição. O fenômeno provocou grandes inundações e deixou praticamente destruída a cidade portuária de Beira, quarta maior do país. Mais de 700 mortes já foram confirmadas nos três países e outras centenas de pessoas continuam desaparecidas.