Morreu, na madrugada desta quinta-feira (7) o jornalista e ativista chavista Alí Domínguez. Desaparecido há uma semana, ele foi encontrado em uma estrada com sinais de espancamento e chegou a ser socorrido para um hospital de Caracas, mas não resisitu aos ferimentos. Pouco antes de sumir, Domínguez afirmou que estava sendo ameaçado por membros do governo da Venezuela.
Leia também: Guaidó pede à Europa que aplique mais sanções contra regime de Maduro
Apesar de chavista, o jornalista havia rompido relações com o governo comandado por Nicolás Maduro e era considerado um dissidente. De acordo com a ONG Programa Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), o ativista foi encontrado por policiais em uma autoestrada perto da capital da Venezuela
, com traumatismo craniano, fraturas e desprendimento dos dentes, o que poderia indicar que ele teria sido torturado.
As autoridades venezuelanas ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido. O Vontade Popular, partido de oposição a Maduro , pediu uma “investigação exaustiva” e lembrou que o jornalista havia denunciado casos de corrupção no governo.
Em sua última entrevista antes de desaparecer, Domínguez fala sobre ameaças. "Eles te ameaçam, vão ao lugar onde você mora, tentam te colocar medo", explicou o jornalista.
Domínguez sumiu na última quinta-feira (28), após assistir uma reunião de voluntários da ajuda internacional com Juan Guaidó, autoproclamado presidente venezuelano. Guaidó também ainda não falou sobre a morte do ativista.
Guidó pede sanções à Venezuela
Também nesta quinta, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, pediu à Europa que intensifique as sanções econômicas contra o regime de Nicolás Maduro. O pedido se deu após a expulsão do embaixador da Alemanha no país
Leia também: EUA podem aumentar sanções contra a Venezuela, diz Bolton
"Os países europeus devem reforçar as sanções econômicas contra o regime. A comunidade internacional deve evitar que o dinheiro venezuelano seja utilizado para matar opositores do regime e povos indígenas", defendeu Juan Guaidó em entrevista à revista alemã Der Spiegel .
Na quarta-feira (6), a Venezuela declarou "persona non grata" o embaixador da Alemanha em Caracas, Daniel Kriener, que foi acusado de praticar "recorrentes atos de ingerência" em assuntos internos. O diplomata tem 48 horas para sair do país.
À revista alemã, Guaidó reiterou que "condena veementemente" a decisão e pediu ao embaixador para ficar na Venezuela. "O regime não está apenas ameaçando verbalmente o embaixador, a sua integridade física também está ameaçada", disse o opositor de Nicolás Maduro .
Guaidó também considerou que "a Venezuela vive sob uma ditadura e esta abordagem é uma ameaça para a Alemanha. Não é legítimo declarar um embaixador como indesejável". Ele agradeceu à Alemanha a ajuda humanitária que prestou.
Na última quarta-feira (6), embaixador John Bolton, assessor especial da Casa Branca, escreveu, nesta quarta-feira (6), em comunicado à imprensa e nas redes sociais que os Estados Unidos podem endurecer as sanções econômicas adotadas contra o governo da Venezuela .