O embaixador John Bolton, assessor especial da Casa Branca, escreveu, nesta quarta-feira (6), em comunicado à imprensa e nas redes sociais que os Estados Unidos podem endurecer as sanções econômicas adotadas contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Segundo ele, as ações se estendem aos aliados de Maduro e às instituições envolvidas na sua gestão.
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“Os Estados Unidos usarão suas ferramentas econômicas para restringir a capacidade de Maduro e seus companheiros de acessar recursos financeiros e moeda. Isso inclui ações contra instituições financeiras que facilitam transações para o regime ilegítimo”, afirmou Bolton na sua conta pessoal no Twitter. Em comunicado, o embaixador reiterou que os Estados Unidos apoiam “fortemente a transição democrática” na Venezuela
, liderada pelo presidente interino Juan Guaido e pela Assembleia Nacional.
Segundo Bolton, novas iniciativas diplomáticas e econômicas são avaliadas neste momento. “Os Estados Unidos estão alertando as instituições financeiras estrangeiras de que enfrentarão sanções por se envolverem em transações ilegítimas que beneficiem Nicolás Maduro e sua rede.”
Venezuela expulsou embaixador alemão
A tensão entre o governo de Nicolás Maduro e a comunidade internacional ganhou um novo capitulo nesta quarta-feira. O embaixador da Alemanha do país. Daniel Kriener foi declarado persona non grata pelo ditador e precisará sair da Venezuela em até 48 horas. A expulsão se deve ao apoio do diplomata ao autodeclarado presidente interino Juan Guaidó.
O Ministério do Exterior da Venezuela afirmou que a decisão foi tomada em função de “recorrentes atos de ingerência em assuntos internos do país” por parte do representante da Alemanha, apesar de não mencionar o apoio a Guaidó . A informação foi confirmada pelo Ministério do Exterior alemão, que disse também estar definindo os próximos passos.
"A Venezuela considera inaceitável que um diplomata estrangeiro exerça em seu território um papel público mais próprio de um dirigente político, em claro alinhamento com a agenda de conspiração de setores extremistas da oposição", diz o texto.
Kriener foi mandado de volta poucos dias após participar da recepção de Guaidó no aeroporto, junto a outros diplomatas. Quando estava no aeroporto, o embaixador declarou à imprensa que os representantes diplomáticos se mobilizaram para buscar uma saída pacífica para a crise na Venezuela e apoiar Guaidó caso houvesse alguma tentativa de detê-lo. "Viemos ajudar para que o regresso [de Guaidó] seja seguro", disse.
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O Ministério do Exterior venezuelano não menciona especificamente a recepção ao opositor de Maduro, mas afirma que as ações de Kriener violam as regras básicas das relações diplomáticas. O governo Maduro disse que não permitirá ações de representantes diplomáticos que impliquem uma intromissão em assuntos internos do país, que é "irrevogavelmente livre e independente".
A Alemanha , assim como outros cerca de 50 países, anunciou reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela no início de fevereiro. A França, a Espanha, o Reino Unido e o Brasil também reconheceram o governo do presidente interino. Os governos europeus esperam que o líder da oposição convoque novas eleições presidenciais.