Quando o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, começou a discursar na reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (27) em Nova York, representantes de várias delegações deixaram o local. O ato foi um protesto contra o governo de Nicolás Maduro, que estava sendo defendido pelo chanceler.
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Arreaza afirmou que há uma orquestração internacional, liderada pelos Estados Unidos e pela Colômbia, para agredir e intervir no governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Ele negou que agentes de segurança venezuelanos tenham usado armas de fogo nas áreas de fronteira durante os confrontos do último final de semana.
O chanceler também usou seu tempo de fala para mostrar fotos em que manifestantes aparecem, segundo ele, agredindo os militares da venezuelanos, fato que ele considerou ‘indignante’. “O golpe fracassou. Hoje é a Venezuela, quem virá depois? Nicarágua? Indonésia?”, disse sobre as ações da comunidade internacional em relação ao país.
A chefe de Assuntos Políticos da ONU , Rosemary DiCarlo, ressaltou que os dados sociais sobre a Venezuela confirmam a crise humanitária pela qual passa a população, registrando, por exemplo aumento de mais de 50% na mortalidade infantil no país. “As informações disponíveis mostram uma triste realidade: a economia continua a se deteriorar, as pessoas estão morrendo de causas evitáveis e deixando o país em busca de assistência”, disse.
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Para o representante dos Estados Unidos, Elliot Abrams, a restauração da democracia venezuelana depende de “pressionar o regime ilegítimo a deixar [o poder] pacificamente”. Abrams também criticou as dificuldades impostas à entrada da ajuda humanitária.
O representante da França na ONU, François Delattre, disse que a Venezuela vive a pior crise humanitária da sua história. Segundo ele, o “regime de Maduro” decidiu privar a sua população da ajuda internacional e não hesitou em atacar seus próprios cidadãos desarmados durante confrontos. Para o embaixador francês, a Venezuela infligiu a si mesma a reprovação da comunidade internacional e do seu próprio povo.
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Já o representante permanente da Rússia, Vassily Nebenzia, descreveu a atuação dos Estados Unidos de levar ajuda humanitária para a Venezuela como “uma tentativa de cruzamento ilegal de fronteira para a entrega de uma carga desconhecida”. Segundo ele, foi uma ação ilegítima pois havia suprimentos “não verificados”, que não foram solicitados pelo governo de Nicolás Maduro .
* Com Agência Brasil.