Como em todos os anos, o início do Fórum Econômico Mundial foi marcado por protestos, tanto em Davos, sede do evento, como em outras cidades da Suíça. Na capital, Berna, sindicalistas protestaram também contra o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), levando uma faixa estampada com a frase "matem Bolsonaro com suas próprias armas".
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De acordo com o jornal suíço Tages Anzeiger , cerca de 500 pessoas protestaram contra o evento no centro de Berna no último sábado. Em Genebra, mais de 100 pessoas tomaram as ruas e 40 em Lausanne. A manifestação foi organizada por sindicalistas , partidos de esquerda e organizações que se consideram revolucionárias.
Os manifestantes criticaram a participação de Bolsonaro no evento e o capitalismo. "A inesgotável ganância por lucro e poder que se encontra no fórum em Davos, quase não há limites", disse a comissão. "Os governantes em Davos só estão interessados em aumentar seu capital. Deixem os governantes sentirem a nossa raiva", protestaram.
O jornal suíço destacou a faixa contra Bolsonaro, que mostra um fuzil apontando para o rosto do presidente, e o chamou de "presidente brasileiro de ultra-direita". De acordo com o veículo, os participantes do protesto – alguns encapuzados – soltaram fogos de artifício e gritavam "somos todos antifascistas". A manifestação, no entanto, transcorreu de modo pacífico.
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Os protestantes também levaram cartazes com a foto de Bolsonaro e o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com a frase "não são bem-vindos".
Bolsonaro chegou ainda a ser comparado ao ex-ditador chileno Augusto Pinochet pelo jornal suíço Le Temps . O artigo questiona se o brasileiro estaria no "mesmo trilho que Pinochet" e fala sobre sua simpatia pelos militares. O jornal também aponta outro elemento em comum entre o novo presidente e o ditador chileno: o uso de economistas formados em Chicago para liderar reformas, fazendo referência a Paulo Guedes.
Sindicalistas começaram os protestos no fim de semana para o evento que começa hoje a noite, em Davos. Bolsonaro já desembarcou na Suíça para o Fórum, que representa sua primeira viagem internacional como chefe da República. Nos últimos dias, os principais jornais suíços destacaram a presença do presidente como uma das mais relevantes em Davos . Ele estará acompanhado dos ministros da Economia, Paulo Guedes, das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.