Em viagem a Davos, na Suíça, o ministro da Justiça, Sérgio Moro , quer defender, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial , que a corrupção afeta não apenas a credibilidade de um governo, mas também a sua imagem junto ao mercado global.
No evento, o ex-juiz federal participa de dois painéis, nos quais destacará que irregularidades com recursos públicos minam o processo de globalização, tornando-o injusto. A ideia de Sérgio Moro é ressaltar a necessidade de respeito à legislação em vigor e destacar que uma economia com regras claras gera resultados lucrativos.
"A corrupção mina não só a confiança nos governos, mas também no mercado", diz o discurso preparado por Moro.
O ministro viaja na noite deste domingo (20) para a Europa. Ele será apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) como o auxiliar responsável por desenvolver políticas públicas para o combate à corrupção .
Na terça-feira (22), Moro será um dos palestrantes de um painel com o tema "restaurando a confiança e a integridade". A palestra conta com as presenças da presidente da entidade Transparência Internacional, Delia Ferreira Rubio, e do especialista suíço Mark Pieth, um dos juristas que promoveu o plano de reformas na Fifa após escândalos de corrupção na entidade.
No dia seguinte, o ministro irá falar sobre "o futuro do Brasil". Já na quinta-feira (24), Moro será um dos oradores do painel "crime globalizado", sobre atividades financeiras ilícitas. Ele dividirá o palco com o secretário-geral da Interpol, Jurgen Stock, a diretora executiva do Instituto Igarapé e fundadora do movimento Agora!, Ilona Szabó de Carvalho, e a diretora do Royal United Services Institute, um instituto britânico voltado a pesquisa em defesa e segurança, Karin Von Hippel.
O combate à corrupção também será explorado pelo presidente Bolsonaro em sua sessão inaugural no Fórum Econômico Mundial . Ele defenderá ainda uma revisão no acordo do Mercosul antes de avançar nas negociações com a União Europeia.
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Além de Sérgio Moro , também fazem parte da comitiva presidencial os ministros Paulo Guedes (Economia) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). O chefe da equipe econômica será o encarregado de detalhar as medidas para enfrentar a crise fiscal brasileira, cuja prioridade será a aprovar a reforma da Previdência Social.